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Terra na Copa

"Falta de privacidade" é principal ponto para GO perder Copa

2 mar 2014 - 08h19
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<p>Pr&eacute;dios em torno do Est&aacute;dio da Serrinha contribu&iacute;ram para que sele&ccedil;&otilde;es n&atilde;o escolhessem o local como CT</p>
Prédios em torno do Estádio da Serrinha contribuíram para que seleções não escolhessem o local como CT
Foto: Rosiron Rodrigues/Goiás EC / Divulgação

Durante os últimos meses, Goiânia recebeu delegações de várias seleções, mas na lista final divulgada em 31 de janeiro nenhuma delas tinha escolhido a cidade como sede de preparação visando a Copa do Mundo deste ano.

O CCT do Urias Magalhães, do Atlético-GO, o Estádio da Serrinha, do Goiás, e o Estádio Serra Dourada eram os locais disponíveis às seleções. Tanto as dependências do Atlético como as do Goiás são de bom nível e sempre elogiadas por clubes que as utilizam durante o Campeonato Brasileiro.

Geferson Aragão, gerente de projetos especiais da Goiás Turismo, foi o responsável por apresentar aos representantes das seleções classificadas os locais indicados pela Fifa em Goiânia. Aragão acredita que a cidade ofereceu tudo o que poderia para atrair delegações para o período de treinos antes da Copa, mas sem cometer loucuras. Segundo ele, o fato de nenhum dos 32 países ter escolhido Goiânia foi mera opção.

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Estádio da Serrinha já abrigou Seleção Brasileira em outras oportunidades
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra

"As seleções são livres para escolher qualquer centro de treinamento aprovado pela Fifa. Temos três centros de treinamento, de Atlético-GO, Goiás e o Serra Dourada, todos aptos, foi questão mesmo de opção. Nossa parte fizemos toda correta, é uma questão de escolha mesmo", analisou.

Aragão lembrou que muitas seleções buscavam resorts afastados das cidades para privacidade. Quesito que não existe no Estádio da Serrinha. "Algumas viram problema com relação ao centro de treinamento do Goiás por causa da altura dos prédios em torno da Serrinha, questão de privacidade, embora tivesse o CT do Parque Anhanguera", frisou.

O Goiás se esforçou para melhorar a estrutura física, que já era considerada uma das melhores do Brasil. Uma reforma na ordem de R$ 4,5 milhões foi feita na construção de campos com padrão Fifa e de um novo vestiário no Estádio da Serrinha, sendo que R$ 2,5 milhões do montante seria conseguido com ajuda do governo estadual através da mudança em uma lei de incentivo ao esporte.

A melhoria foi realizada para uso próprio, mas também com a finalidade de receber a Seleção Brasileira na véspera da Copa das Confederações. Na ocasião, o Goiás deixou as portas do clube para a própria CBF para retornar no período de treinos para a Copa, além de manifestar o desejo de atrair outras seleções.

Vice-presidente à época, Sérgio Rassi é o presidente atual do Goiás e comentou o fato de Goiânia não ter conseguido atrair nenhuma seleção. Segundo o mandatário, algumas chegaram a demonstrar interesse, mas optaram por outros centros.

"Houve uma pré-intenção de algumas seleções, mas nada que foi concretizado. Acredito que contribui muito para isso o fato de Goiânia não ter uma rede hoteleira grande e ter um aeroporto muito modesto, acho que isso pode ter pesado", salientou.

Quanto à falta de privacidade na Serrinha, Rassi concordou que é um fator de peso inegável. Pois o estádio é localizado em uma região densamente povoada e cercado de prédios residenciais altos. Mas o presidente lembrou que o Goiás também ofereceu a estrutura da Centro de Treinamento do Parque Anhanguera, local onde a privacidade é muito grande.

<p>Nenhum CT de Goi&acirc;nia foi escolhido pelas 32 sele&ccedil;&otilde;es que v&atilde;o disputar a Copa do Mundo</p>
Nenhum CT de Goiânia foi escolhido pelas 32 seleções que vão disputar a Copa do Mundo
Foto: Goiás Esporte Clube / Divulgação

Rassi salientou que durante a passagem da Seleção por Goiânia em 2013, o coordenador técnico Carlos Alberto Parreira alertava para a questão da falta de privacidade. Mas, na épocam a questão foi um pouco minimizada, apesar de Luiz Felipe Scolari ter usado o local apenas duas vezes para treinar a Seleção.

"Acho que era por causa que era Copa das Confederações, não era tão competitiva quanto a Copa do Mundo, então não colocaram isso como um nível de muita relevância. Isso foi falado para a gente na época, o próprio Parreira comentou isso. Disse que achava nossa estrutura fabulosa, mas com perda na privacidade. Tanto foi assim que eles preferiram treinar no CT", recordou.

A utilização de dinheiro público na obra gerou muita polêmica na época da inauguração da obra, feita, inclusive, pelo governador Marconi Perillo (PSDB). No entanto, Rassi revelou que dos R$ 2,5 milhões prometidos apenas R$ 600 mil entraram nos cofres do clube. O presidente esmeraldino revelou que o Goiás está adequando os processos para investir o dinheiro que falta receber em esporte amador e olímpico.

"Nem um terço, foi apenas R$ 600 mil até agora. Como o processo foi mal montado, de acordo com assessores do próprio governo, responsáveis por essa parte, o processo teve de ser todo refeito. Agora esse dinheiro só pode entrar no clube mediante um investimento dentro do próprio clube encaminhado a algo que não seja ligado diretamente ao futebol profissional”, explicou.

A localização centralizada de Goiânia, cidade que fica a menos de 1.000 km (em linha reta) de sedes como São Paulo, Brasília, Belo Horizonte, Cuiabá, Rio de Janeiro e Curitiba, era um dos trunfos apresentados para atrair seleções. Aragão revelou que Suíça, Uruguai e, principalmente, o Equador estiveram próximos de um acerto, mas acabaram optando por outros destinos.

Fonte: MEI João Paulo Bezerra Di Medeiros - Especial para o Terra MEI João Paulo Bezerra Di Medeiros - Especial para o Terra
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