As manifestações contra os gastos excessivos da Copa do Mundo continuaram nesta quarta-feira em Belo Horizonte. Cerca de cinco mil pessoas foram às ruas reclamar do dinheiro investido nos estádios para a competição, além de aumento do transporte urbano e outros problemas sociais, e aproveitaram para xingar o ex-atacante Ronaldo e a Fifa.
O ex-camisa 9 da Seleção, que atualmente é membro do COL (Comitê Organizador Local), virou alvo do grande público após uma declaração sua de 2011 ser recuperada da internet, onde Ronaldo diz que a Copa do Mundo se faz com estádios, e não com hospitais. O fato irritou a população, que foi protestar.
"Ronaldo, gordo, um País não se faz com estádios", dizia uma das faixas. O coro de "ei, Ronaldo, vai tomar no c..." foi desabafado pela passeata em algumas oportunidades, principalmente quando o movimento alcançou o galpão montado na praça da Estação. Lá, um evento oficial da prefeitura e da Copa das Confederações acontecia com telão e música.
Ao chegarem à frente do evento, os manifestantes não perdoaram. "Ei, Fifa, vai tomar no c..." foi entoado de forma uníssona pela população, que novamente portava centenas de cartazes contra a realização do Mundial no País. "Não precisamos de estádios, precisamos de saúde e educação", disse Gabriela Duarte, uma das estudantes na manifestação.
O povo começou a se revoltar com os gastos astronômicos com estádios para o Mundial nos últimos dias. Além da Copa, os estudantes protestam contra aumento na passagem de ônibus e corrupção no País. Enquanto isso, a Seleção Brasileira venceu o México por 2 a 0, em Fortaleza, pelo Grupo A da Copa das Confederações.
Clima de manifestações contra os mais variados temas seguiu firme em todo o País nesta terça-feira; em Belo Horizonte, não foi diferente
Foto: Diego Garcia / Terra
Cerca de três mil pessoas foram às ruas protestar contra os mais distintos assuntos, como transporte público e remunerações, mas o que se viu nas ruas da capital mineira foi, principalmente, um clima de indignação contra a realização da Copa das Confederações 2013 e da Copa do Mundo 2014 no Brasil
Foto: Diego Garcia / Terra
Passeata saiu da UFMG por volta das 17h20 desta terça-feira; o que se viu em sua maioria foram estudantes insatisfeitos com a realização do Mundial no País
Foto: Diego Garcia / Terra
Ao longo da passeata, constatou-se centenas de faixas e cartazes protestando contra a realização da Copa das Confederações e da Copa do Mundo no Brasil
Foto: Diego Garcia / Terra
Se o foco principal das manifestações era antes o aumento das passagens no transporte público, hoje as exigências se diversificaram e apontam, em grande parte, aos torneios de futebol
Foto: Diego Garcia / Terra
A promessa é que os protestos continuem na capital minera ao longo da semana, assim como em todo Brasil
Foto: Diego Garcia / Terra
Apesar de o Mundial ter sido confirmado no País desde 2007, só agora a população passou a reclamar, principalmente pelos gastos excessivos com estádios e com o tratamento diferenciado dado às exigências da Fifa
Foto: Diego Garcia / Terra
Belo Horizonte volta a receber uma partida da Copa das Confederações apenas no sábado, quando Japão e México se encaram
Foto: Diego Garcia / Terra
Na última segunda, enquanto Taiti e Nigéria se enfrentavam, 20 mil foram às ruas protestar contra tarifas de ônibus, ajustes salariais, Copa do Mundo e governo, entrando até em conflito contra a PM. A batalha do povo contra o sistema deve continuar nos próximos dias