Após semana no calor de Miami, Seleção enfrentará 0° C no Canadá

A sete meses da Copa do Mundo, Luiz Felipe Scolari tem mais dois amistosos para observar os jogadores antes de apresentar a lista para o Mundial. O primeiro deles, marcado para esta terça-feira contra o Chile, será disputado em um clima que dificilmente será encontrado no Brasil em junho e julho do próximo ano.

Toronto entrou na rota do "tour mundial" da Seleção elevando para 15 os países visitados desde agosto 2010. Nesta época do ano, porém, a cidade canadense já caminha na fase final do outono com temperaturas negativas e ocorrência de neve. Para terça, dia da partida, a previsão é de que o termômetro varie dos -1° C aos 5° C. O jogo está marcado para as 20h local (23h de Brasília).

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Por conta da temperatura pouco apropriada para a prática esportiva, a comissão técnica brasileira optou por fazer toda a preparação em Miami, onde o time enfrentou Honduras no sábado e passou a semana convivendo com temperaturas entre 20 e 30° C, e só chega a Toronto na noite desta segunda. O Chile, que venceu a Inglaterra em Wembley, já está na cidade.

Diferente de outros técnicos, que buscavam uma explicação para amistosos inusitados como o desta terça, Scolari tem colocado as opções na conta da empresa árabe ISE (International Sports Events) , que tem contrato até 2022 para gerenciar os amistosos da Seleção em um acordo selado ainda na gestão de Ricardo Texeira. A parte operacional das partidas está a cargo da Pitch International, contratada pela ISE para cuidar da logística.

"Eu já disse que não somos nós que escolhemos. É uma empresa que escolhe e nós cumprimos o contrato. Nós temos um trabalho de observação e cuidado com o atleta que não vamos viajar a não ser um dia antes do jogo. E nem vamos treinar em Toronto. Vamos jogar. Fizemos um arranjo com esta temperatura para evitar problemas. Tudo isso foi estudado e vamos ver se a gente acerta neste estudo", afirmou.

Para amenizar o frio, o jogo deve ser disputado com o teto retrátil do Rogers Centre fechado. Nestas condições, o frio deve ser menor.

Felipão já havia demonstrado insatisfação com a marcação dos amistosos na Ásia em outubro por conta da diferença de fuso que atrapalhou os treinos. "A gente tem falado para a empresa que detém os jogos: que pense um pouco mais na parte técnica. Sabemos que é importante para todo mundo, que há valores, mas essa viagem longa fez com mudássemos nossa rotina, nossa forma de jogar. Estamos concedendo uma vantagem aos nossos adversários", disse na época.

Em março do próximo ano, a Seleção encerra o "tour mundial" no atual ciclo atuando em Johannesburgo contra a África do Sul, seleção eliminada da Copa do Mundo. Neste período, por exemplo, o time jogou o mesmo número de amistosos no Brasil do que atuou pelos EUA.

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O jogo no Canadá, envolvendo dois países da América do Sul classificados para a Copa, terá um clima dificilmente verificado no Brasil, mesmo no inverno de julho.

Com a tabela da primeira fase definida, a Seleção terá como ápice de frio a cidade de São Paulo, cuja temperatura dificilmente fica abaixo dos 10° C. Já o Chile pode ter partidas em Curitiba e Porto Alegre, que mesmo assim raramente registram um dia de frio como o esperado em Toronto.