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Multicampeão com o Flamengo, José Neto vê NBB disputado e evolução no basquete brasileiro

2 nov 2017 - 09h06
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"Nos últimos anos, o basquete brasileiro atingiu os feitos por conta da sua organização séria". Um desses feitos é, com certeza, o Novo Basquete Brasil. O campeonato nacional da modalidade passou por muitas mudanças ao longo dos anos e a partir deste mês terá aberta a disputa da sua 10° edição. Campeão quatro vezes nas últimas cinco temporadas, o Flamengo aparece como um dos candidatos ao título, mas segundo seu próprio treinador, isso não é motivo para acomodação. Em entrevista exclusiva para a Gazeta Esportiva,José Neto analisou sua equipe, falou o que se pode esperar da temporada 2017/2018 no NBB e comentou sobre o esporte no Brasil, frisando para a boa evolução, mas ainda longe do ideal.

A última edição do Novo Basquete Brasil deixou uma impressão muito positiva quanto ao nível da competição. Com um dos maiores investimentos da liga, o Bauru acabou se sagrando campeão, mas teve pela frente um adversário que no início do campeonato não figurava entre os principais candidatos: Club Athletico Paulistano. Para José Neto, a competitividade deve ser o grande marco desta temporada.

"Eu vejo esse campeonato como o mais equilibrado desde o NBB 1. Tirando algumas exceções, as equipes tiveram boas verbas para se reforçarem e além disso, equipes que não estariam tão cotadas estão mais motivadas e levando a temporada passada como exemplo para tentar surpreender. Ano passado, o Paulistano não estava entre os mais perigosos, mas o trabalho foi muito bem feito pelo Gustavo de Conti, chegando até a final", disse o treinador.

Eleger o favorito foi considerado uma missão praticamente impossível para o comandante Rubro-Negro. "Hoje todo mundo se sente capaz de vencer o NBB. Por esse equilíbrio eu não me arrisco a pontuar um favorito, até porque, sinceramente, acredito em seis ou sete equipes fortes para disputar esse campeonato e com nível de bater campeão", ressaltou Neto.

Maior vencedor do NBB, o Flamengo é um dos poucos clubes que se caracteriza pela manutenção de seus principais atletas. Três exemplos desse trabalho vitorioso por parte do time carioca são o experiente ala-armador Marcelinho Machado, o eficiente Marquinhos e o pivô Olivinha. Esses atletas, para José Neto, são "as caras" da equipe em todos os sentidos.

"A comissão técnica, somada a estes jogadores, são os únicos que estão no Flamengo desde que eu cheguei ao Rio de Janeiro, em 2012. Enquanto os times mudam muito, a gente sempre mantém esses três que funcionam não só dentro da quadra, mas na função de perpetuar o nosso estilo e os nossos princípios para todo o elenco. Esses caras são os treinadores na quadra, orientando os demais e ajudando quem chega. O Marcelinho, o Marquinhos e o Olivinha são os pilares do Flamengo", acrescentou o treinador.

A grande mudança do Flamengo para a temporada é na armação. O Rubro-Negro não renovou com Fischer, que sofreu seguidas lesões na última temporada, e para substituí-lo foram contratados Arthur Pecos, ex-Paulistano, e David Cubillán, jogador venezuelano. José Neto analisou as trocas como uma mudança de estilo e prometeu uma equipe diferente para a edição às véspera do início. "Não pudemos contar muito com o Fischer por conta das lesões e trouxemos esses dois atletas (Pecos e Cubillán). Nosso objetivo para a temporada era formar um time em que o DNA fosse a intensidade. As aquisições, as mudanças e os treinamentos foram realizados nesse sentido, porque eu acredito que formando um time nesse estilo, podemos competir por mais tempo e vencer jogos nos minutos finais, quando os adversários estão mais cansados", afirmou.

Algo que deixou de ser novidade e se tornou tendência é a participação de clubes conhecidos pelo futebol entrarem no universo do basquete. A situação é vista como benéfica por Neto, principalmente na popularização do esporte, algo visto como um problemas mais difíceis de ser resolvido no Brasil. "De maneira geral, o basquete precisa ser mais popular. Muita gente gosta, mas poucos praticam e isso só acontece se for mais divulgado. As equipes de camisa, como Flamengo, Vasco e Botafogo, no Rio, além de outros times pelo Brasil, ajudam nesse sentido. Quanto mais popular o esporte for, teremos mais recursos para se manter auto-suficiente e evoluir. Eu sou muito favorável a esse tipo de ação, visando o melhor para o basquete", analisou o multicampeão Rubro-Negro.

A questão da visibilidade dada ao basquete no país conhecido pelo futebol ainda é um ponto a ser melhorado pelo bem do esporte no país, segundo o ex-auxiliar da Seleção Brasileira. "Há algum tempo atrás a gente não tinha nenhuma transmissão. Nos últimos anos aumentou consideravelmente e acho que do ano passado pra cá isso tem sido bem impactante, tanto em nível de TV aberta, quanto fechada e também web. A liga tem ajudado o basquete e os feitos estão sendo alcançados aos poucos. Tem muito o que se fazer, mas pelo menos vejo as coisas caminhando em pró do país, que precisa de mais esportes em evidência", ressaltou José Neto.

Nem mesmo o basquete foge do fatídico sentido figurado por trás do 7 a 1. O principal ponto segue sendo a evolução da modalidade, que passou por momentos problemáticos, falta de recursos, mas segue se levantando por meio de uma liga consistente que chega a sua 10° edição.

"Tivemos momentos bem mais complicados, mas hoje temos visibilidade e o basquete é um esporte atrativo, com equipes que tentam investir em pró da competitividade. O campeonato é mais equilibrado e o nível nacional já é muito bom. O próprio Flamengo, que ganhou quatro dos últimos cinco troféus, não implantou nenhuma hegemonia. A gente tem um formato no qual as competições são jogadas estimulando esse equilíbrio. Claro que temos muito o que melhorar e a lista de evoluções é bem grande, mas vejo que o andamento tem sido legal. Se comparar o NBB 1 para o NBB 10, a evolução é assustadora, principalmente em quantidade e qualidade das equipes. Se houve um 7 a 1 no basquete, ele foi benéfico, porque melhoramos bastante", finalizou José Alves dos Santos Neto, quatro vezes campeão do Novo Basquete Brasil, vencedor da Liga das Américas e responsável por levar o Rubro-Negro carioca ao topo do mundo.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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