America-RJ explica destino de R$ 44,4 milhões ganhos em ação
Tradicional clube carioca movia longo processo contra a Eletrobrás
O America-RJ foi contemplado recentemente com a vitória na Justiça de ação que movia contra a Eletrobrás desde 2003, num processo de R$ 44,4 milhões. Mas os recursos serviram basicamente para saldar dívidas. Em live realizada na noite desse domingo (13), pela TV Onda Azul, o presidente do clube, Sidney Santana, explicou o que foi feito com o dinheiro.
De posse de uma planilha que vai ser oficialmente apresentada ao Conselho Deliberativo do America ainda em fevereiro, o dirigente explicou que 78 penhoras (de dívidas trabalhistas) foram efetuadas tão logo o dinheiro ficou disponível para o clube. Esse montante somou R$ 9,5 milhões.
Houve ainda uma fatia gorda para cobrir dívidas cíveis, cerca de R$ 6,8 milhões. O que mais chamou a atenção no destino dos recursos foi a quantidade de escritórios de advocacia que receberam por honorários relativos à ação: o América pagou a eles R$ 7,3 milhões.
“Na minha gestão, só contratamos um escritório (do advogado Marcelo Jucá), fundamental para reverter o caminho da ação que era totalmente desfavorável ao America. Os outros advogados em questão vieram de acordos de gestões anteriores”, disse o presidente.
Para uso do clube sobraram R$ 16,9 milhões. Praticamente metade disso (R$ 8,1 milhões) ajudou a ressarcir o credor master do America, Leo Almada, que aplicou dinheiro próprio para que o futebol do clube se mantivesse em atividade nos últimos anos. Outros R$ 2,3 milhões acabaram bloqueados para cobrir mais dívidas e R$ 3,1 milhões serviram para saldar uma parcela da folha de pagamento dos funcionários do clube.
“Se for feita a conta, acrescida de pagamento de aluguel, acordos trabalhistas e uma série de outras despesas, que temos esmiuçadas, isso tudo vai dar em torno de R$ 40 milhões. Há R$ 4,4 milhões que estão subjudice, por um entendimento em juízo de que esse valor pertenceria à Eletrobrás. Estamos questionando isso para receber esse dinheiro.”
A ação contra a Eletrobrás refere-se a títulos de créditos lançados na bolsa, adquiridos pelo America e que não foram resgatados pela empresa.
O Terra integrou a mesa virtual da sabatina ao presidente Sidney Santana em live apresentada por Mario Linhares, e que contou também com a participação dos jornalistas Alex Escobar, André Luiz Pereira Nunes, Marcos Roque e Tébaro Schmidt, do globoesporte.com, o primeiro a publicar matéria sobre o fatiamento dos R$ 44,4 milhões.