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Figueirense não confirma investimentos de gestora e parceria pode chegar ao fim

Elephant Participações tinha até esta quarta-feira para fazer os aportes financeiros no clube

28 ago 2019 - 21h42
(atualizado às 21h42)
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Foi encerrado nesta quarta-feira o prazo para que a empresa gestora do Figueirense, a Elephant Participações, faça os aportes financeiros no clube como previa o termo de compromisso firmado com o Conselho Deliberativo em julho. O acordo previa o pagamento da primeira parcela de um investimento total previsto no valor de R$ 19 milhões, e a quitação de salários e pagamentos de jogadores e pessoal administrativo.

No entanto, nem a empresa nem o Conselho Deliberativo do clube confirmaram se o acordo foi cumprido. Apuração do Estado aponta que, até o fim do expediente bancário desta quarta, somente o salário atrasado do mês de julho dos jogadores foi pago. Portanto, ainda estão em aberto tanto os direitos de imagem, que estão com três meses de atraso, quanto os investimentos previstos no clube, o que implicaria automaticamente em quebra de contrato.

"Se os investimentos não forem confirmados não será preciso nenhuma ação do Conselho, o encerramento do contrato já é automático segundo o contrato", afirmou Chiquinho de Assis, presidente do Conselho Deliberativo do clube. No entanto, Chiquinho não soube confirmar quais valores teriam sido pagos nesta quinta, data acordada entre as partes para cumprimento do acordo. "Nós não temos controle das finanças do clube e não sabemos o que foi pago", emendou.

Assis informou que, apesar do prazo estabelecido ser o dia 28 de agosto, o empresário teria ainda 48 horas de "mora" para comprovar o cumprimento das cláusulas contratual. O que na prática amplia o prazo inicialmente anunciado para que o presidente da Figueirense Ltda, Cláudio Honigman, comprove a regularidade contratual.

Honigman, que também está a frente da Elephant, não concede entrevistas e sua assessoria não confirma onde ele estaria. O cartola não tem comparecido a jogos do clube nem na sede do time. Informações apuradas com funcionários do Figueirense apontam que ele teria uma viagem marcada para os Estados Unidos, onde tentaria repatriar recursos próprios que seriam aplicados no clube. Mas, segundo Chiquinho de Assis, que afirma manter conversas diárias com o empresário, ele estaria em São Paulo.

Procurada, a assessoria de Honigman disse que sua localização não poderia ser confirmada por questão de segurança e afirma que ele tem recebido ameaças diariamente. Sobre o cumprimento do acordo que tinha como data limite esta quinta-feira, o assessor Bruno Ribeiro informou que o contrato da Elephant com o Figueirense tem vigência de 20 anos e que as obrigações da empresa estão asseguradas por cláusulas "que já contemplam as formas e local para tratar dessas questões". No entanto, ele diz que há um acordo de sigilo no qual as cláusulas não poderiam ser divulgadas.

Nos bastidores, a sensação de funcionários do clube é a parceria não será rompida imediatamente e que Honigman e a Elephant estariam negociando internamente uma saída para deixar o controle do clube desde que fossem contemplados em um novo modelo de gestão corporativa. Neste modelo, outros investidores seriam chamados para investir no clube, tirando a dependência e o poder das mãos de uma única empresa como ocorre atualmente.

A CRISE

A Elephant assumiu a Figueirense Ltda em 2017 para uma gestão de 20 anos. No entanto, desde que assumiu o clube a empresa tem tido problemas para manter pagamentos de salários e outros vencimentos dos jogadores em dia. Os investimentos prometidos também não vieram. O estopim da crise veio à tona no dia 20, quando os jogadores se recusaram a entrar em campo contra o Cuiabá em partida pela Série B do Brasileirão, o que rendeu uma derrota por W.O.

Se não bastasse, na sexta, dia 23, a Justiça do Trabalho de Santa Catarina determinou a indisponibilidade de bens móveis e imóveis de três empresas e cinco dirigentes ligados ao Figueirense, incluindo entre os réus Claudio Honigman; o presidente do Conselho Administrativo do clube, Luiz Fernando Philippi; e os sócios Wilfredo Brillinger, Ariton Manoel João e Claudio Cesar Vernalha, que é administrador da Elephant.

Entre as empresas foram arroladas a Elephant, a Figueirense Ltda e o Figueirense Esporte Clube. No pedido liminar, a Procuradoria do Trabalho apontou a existência de 178 ações judiciais tramitando contra o Figueirense. O valor em bens bloqueados é de R$ 9,6 milhões.

Estadão
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