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Relembre ídolos que voltaram às origens no fim da carreira
A contratação de Emerson Sheik, de 39 anos, pelo Corinthians surpreendeu muita gente. A idade avançada do jogador depois de uma temporada discreta pela Ponte Preta não parece sinalizar um reforço de fato para o clube. De todo modo, é bom evitar precipitações e aguardar o que vem por aí. Até porque há exemplos clássicos no futebol brasileiro de casos semelhantes e que valeram a pena para os times que ousaram trazer de volta um dos ídolos da torcida em final de carreira.
O ex-lateral Júnior, do Flamengo, atualmente comentarista da TV Globo, deixou o clube da Gávea para ficar quase seis anos na Itália - primeiro no Torino, depois no Pescara. A idade já pesava e ele resolveu atender a um pedido do filho, que reclamava por nunca tê-lo visto jogar com a camisa rubro-negra. Voltou ao Fla com 35 anos, ainda a tempo de conquistar a Copa do Brasil em 1990, o Carioca de 1991 e o Brasileiro do ano seguinte, quando foi considerado o melhor do time.
No próprio Corinthians, Casagrande teve uma história parecida. Também hoje comentarista da Globo, o ex-atacante despontou no clube paulista em 1980/81. Ao longo de sua trajetória, esteve no Corinthians em quatro oportunidades, nas quais colecionou vários títulos. A última delas se deu em 1994, já bem próximo de largar o futebol. A motivação para isso se deu um ano antes, quando jogava pelo Flamengo e teve de enfrentar o Corinthians no Pacaembu.
Em vez de ser hostilizado pela torcida paulista, ouviu vários cânticos de apoio no estádio, que partiam dos próprios torcedores do Corinthians”, como por exemplo: “Doutor, eu não me engano, o Casagrande é corinthiano” e “Volta, Casão, teu lugar é no Timão.” Emocionado, disse que um dia voltaria e cumpriu com sua palavra.
Essa lista de ídolos que quiseram vestir de novo as camisas que os consagraram inclui, entre outros, o ex-meia Raí, que começou no Botafogo-SP, mas se projetou no São Paulo, entre 1987 e 1993. Depois disso, ele viveu anos gloriosos no PSG e, em 1998, resolveu voltar ao Tricolor do Morumbi para a despedida, o que se deu em 1990.
Um dos maiores jogadores do futebol mundial, Romário, também teve essa experiência. Apesar de se identificar muito com o Flamengo e de ser torcedor do América, o ex-craque começou sua vida profissional no Vasco, em 1985. Logo, ele se destacaria com o bicampeonato estadual, em 1987/88. O Baixinho depois correu o mundo, mas voltou ao Vasco em 2007 para marcar seu milésimo gol, numa partida contra o Sport, pelo Brasileiro. Alcançou a façanha com 41 anos.
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