Script = https://s1.trrsf.com/update-1765905308/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE
Logo do Corinthians

Corinthians

Favoritar Time

Corinthians revê San José após 49 dias de tragédia e reviravoltas

10 abr 2013 - 07h21
(atualizado às 07h36)
Compartilhar
Exibir comentários

Foi no dia 20 de fevereiro de 2013 que um sinalizador foi disparado do meio da torcida do Corinthians no Estádio Jesús Bermúdez, em Oruro, e perfurou o crânio de Kevin Espada, 14 anos, torcedor do San José que ia ao estádio pela primeira vez. A tragédia que tirou os holofotes do futebol na Copa Libertadores 2013 completa nesta quarta-feira 49 dias marcados por reviravoltas e controvérsias. E agora, chegou a vez dos dois times se reencontrarem, no duelo marcado para as 22h, no Pacaembu.

Duelo que, se fosse seguida a primeira versão da punição que a Conmebol definiu ao Corinthians, deveria acontecer sem torcida. Mas a diminuição da pena do clube paulista foi apenas uma das polêmicas que cercaram o caso. As autoridades bolivianas ainda mantêm presos 12 torcedores alvinegros acusados de homicídio, e os desdobramentos do caso incluem a confissão de um adolescente e até amistoso cuja renda deveria ter sido revertida à família do garoto. Às vésperas de um novo Corinthians x San José, relembre a história por trás da partida.

<p>Corintianos acusados do homicídio de Kevin estão presos na Bolívia desde 20 de fevereiro</p>
Corintianos acusados do homicídio de Kevin estão presos na Bolívia desde 20 de fevereiro
Foto: AFP
A tragédia em Oruro

O empate por 1 a 1 entre San José e Corinthians ficou em segundo plano depois de um jovem torcedor boliviano morrer após ter sido atingido na cabeça por um sinalizador. As imagens mostravam claramente que o objeto partira da torcida alvinegra, e 12 corintianos acabaram presos – alguns carregavam fogos de artifício consigo, mas as prisões foram consideradas "aleatórias" por brasileiros que estavam presentes no estádio.

No dia seguinte, 21 de fevereiro, saiu a bomba: a torcida do Corinthians estava proibida de frequentar os jogos do time, em casa e fora, até o fim da Libertadores. O clube brasileiro imediatamente recorreu da decisão junto à Conmebol, mas não haveria tempo hábil para reverter a decisão antes do jogo da quarta-feira seguinte contra o Millonarios, no Pacaembu.

Enquanto os 12 corintianos na Bolívia eram acusados formalmente de homicídio por suposto envolvimento na morte de Kevin, o caso ganhava um novo capítulo no Brasil. Um adolescente de 17 anos, de iniciais H.A.M., confessou em entrevista à Rede Globo ter sido o autor do disparo acidental do sinalizador. A confissão foi recebida com ceticismo pelas autoridades bolivianas, que se negaram a liberar os detidos brasileiros. Já H.A.M. ganhou bolsa integral para cursar uma faculdade em São Paulo e teve a identidade preservada.

Com os portões fechados por decisão da Conmebol, o Corinthians venceu o Millonarios sob o silêncio de não ter sua torcida nas cadeiras do Pacaembu
Com os portões fechados por decisão da Conmebol, o Corinthians venceu o Millonarios sob o silêncio de não ter sua torcida nas cadeiras do Pacaembu
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
O jogo sem torcida

Em 27 de fevereiro, o segundo jogo do Corinthians na Libertadores aconteceu da forma mais estranha possível: sem a fiel torcida no Pacaembu. O time jogou bem e bateu o Millonarios por 2 a 0 no deserto estádio. No mesmo dia, a Bolívia anunciou um amistoso contra o Brasil para o início de março. O presidente da CBF, José Maria Marin, falou em "jogo da solidariedade" e disse que a renda do jogo seria revertida à família de Kevin Espada, mas o jornal Folha de S. Paulo provou com documentos que a partida já estava acertada desde 2011, e que a renda devia, por contrato, ficar com a federação boliviana. Mais uma controvérsia.

Não durou muito a pena do Corinthians. Em 7 de março, a Conmebol reduziu a punição e liberou a torcida alvinegra para os jogos no Pacaembu, mantendo a suspensão apenas para partidas fora de casa. A reação se dividiu entre os que concordaram que o clube não teve responsabilidade na morte de Kevin, e os que levantaram o argumento de que a Conmebol, como sempre, falhava em aplicar penas pesadas para casos de violência em suas competições.

Pelos presos, protestos e intervenção estatal

O Corinthians voltou a jogar diante de sua torcida na Libertadores em 13 de março, vencendo o Tijuana por 3 a 0. E doze "loucos do bando" certamente estariam nas arquibancadas se não se encontrassem presos em Oruro. A situação dos corintianos detidos gerou protestos da principal organizada do clube na Avenida Paulista, mobilizou o presidente Mário Gobbi e resultou até em intervenção estatal, com deputados federais viajando à Bolívia para tentar agilizar a liberação dos brasileiros no país vizinho.

Na cadeia, os corintianos foram inicialmente mal recebidos. Mas hoje já têm amigos no presídio e formaram até time de futebol para disputar o campeonato interno. E as autoridades bolivianas não demonstram pressa em definir a situação dos detidos, todos membros de torcida organizada – a reconstituição do dia da morte de Kevin, marcada para a última segunda-feira, acabou adiada para o próximo dia 17.

É com todas essas polêmicas se sobrepondo ao futebol que Corinthians e San José se reencontram no Pacaembu. O caso que marcou definitivamente a Libertadores 2013 ganha mais um capítulo nesta quarta-feira.

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade

Conheça nossos produtos

Seu Terra












Publicidade