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Estreia de Diniz indica que Neymar será ainda mais protagonista na seleção

Camisa 10 perde pênalti contra a Bolívia, mas brilha com dois gols e atuação de gala em Belém

8 set 2023 - 23h57
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Diniz e Neymar estreiam com espetáculo nas Eliminatórias
Diniz e Neymar estreiam com espetáculo nas Eliminatórias
Foto: Vitor Silva/CBF

Goste ou não de Neymar, é inequívoco seu protagonismo na seleção brasileira nos últimos 13 anos. E pelos primeiros indícios do trabalho de Fernando Diniz, que estreou com goleada de 5 a 1 sobre a Bolívia, a influência do craque tende a ser ainda maior neste ciclo de Copa do Mundo.

Embora Vinicius Júnior, ausente da estreia nas Eliminatórias por causa de lesão, seja atualmente o principal jogador brasileiro na Europa, Neymar em nenhum momento perdeu o status de grande protagonista da seleção.

Mesmo com o retorno do atacante do Real Madrid, que deve retomar a vaga no lado esquerdo ocupado por Rodrygo – que, por sua vez, pode ser uma boa opção para jogar centralizado após ter marcado dois gols típicos de centroavante contra os bolivianos –, Diniz indica que muito da essência de sua proposta de jogo passará pelos pés do camisa 10.

Desde que foi apresentado na seleção, o técnico não tem economizado elogios ao comportamento e ao talento de Neymar, que retribuiu cravando que jamais trabalhou com um treinador com métodos tão cativantes como os de Diniz. A sintonia imediata se refletiu em campo.

O dinizismo chega à seleção preservando alguns princípios da era Tite, como o apoio dos laterais por dentro e eventuais saídas de bola com três jogadores na defesa, mas traz um repertório mais vasto de aproximações pelos lados, inversões rápidas de jogo (assim saíram os dois primeiros gols do Brasil) e liberdade de movimentação para os atacantes.

Quem mais se beneficia dessa autonomia ofensiva concedida por Diniz é Neymar, que, apesar da falta de ritmo devido à recuperação de lesão, se movimentou com bastante desenvoltura, como se fosse um legítimo 10. Criou a jogada do pênalti sofrido por Rodrygo, desperdiçou a cobrança, defendida pelo goleiro Viscarra, e por pouco não marcou um gol de placa aos 40 do primeiro tempo depois de deixar quatro marcadores na saudade.

No segundo tempo, o craque participou dos gols de Rodrygo e Raphinha e, aparecendo como elemento-surpresa na área, guardou duas vezes para alcançar seu 79° tento com a camisa amarela, superando a marca de Pelé, ao menos em gols considerados “oficiais”.

O jogo também foi histórico para o atacante Marcelo Moreno, que completou 103 partidas internacionais e se tornou o jogador que mais defendeu a seleção boliviana. Qualquer análise do resultado e do desempenho brasileiro, porém, precisa ponderar a fragilidade do adversário. 

Desde a última derrota, em 2009, o Brasil não sofria gols da Bolívia – Ábrego marcou o de honra em uma arrancada no contra-ataque. Nesse ínterim, o único jogo entre as seleções que não terminou em goleada da seleção brasileira havia sido o empate sem gols em La Paz, pelas eliminatórias da Copa 2018, graças a uma tarde inspiradíssima do goleiro Lampe.

Ressalva feita, a primeira impressão deixada por Diniz é muito positiva. Não somente pelos cinco gols, 80% de posse de bola e mais de 20 finalizações, mas sobretudo por mostrar que Neymar, merecidamente ovacionado pela torcida em Belém, pode ser o protagonista de sempre e, ao mesmo tempo, potencializar o jogo coletivo da seleção.

Fonte: Breiller Pires Breiller Pires é jornalista esportivo e, além de ser colunista do Terra, é comentarista no canal ESPN Brasil. As visões do colunista não representam a visão do Terra.
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