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Briga de Marcos Braz com torcedor engrossa galeria de vexames institucionais do Flamengo

Vitoriosa em campo, gestão Landim acumula páginas insólitas nos bastidores, incluindo acusação de golpe político na última semana

20 set 2023 - 07h43
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Marcos Braz se envolveu em confusão com torcedor num shopping
Marcos Braz se envolveu em confusão com torcedor num shopping
Foto: Gazeta Press

Não bastasse ter abrigado dois episódios recentes de agressão física entre profissionais – o soco do preparador físico Pablo Fernández no atacante Pedro e a briga do lateral Varela com o meia Gerson –, o Flamengo agora viu Marcos Braz, vice-presidente de futebol, se engalfinhar com um torcedor nos corredores de um shopping.

O vereador-dirigente, que este ano já tinha se envolvido em discussão pesada com Gabigol no vestiário e rompeu relações com o maior ídolo do clube, havia confirmado presença em uma sessão ordinária na Câmara dos Vereadores do Rio, mas acabou flagrado juntamente com seguranças de gabinete na confusão. Enquanto Braz passeava e brigava no shopping, a delegação rubro-negra viajava para Goiânia, onde enfrenta o Goiás nesta quarta-feira.

Sem cogitar punir o dirigente pelo comportamento inadequado, ao contrário do que fez com Pedro, vítima de agressão no ambiente de trabalho, a gestão do presidente Rodolfo Landim acumula mais um episódio infame protagonizado por membros de sua cúpula.

Em abril, a esposa de Landim, Angela Machado, que é diretora de Responsabilidade Social do Flamengo, foi indiciada por xenofobia depois de publicar postagem ofensiva a nordestinos durante o resultado da última eleição presidencial. No mês seguinte, membros da oposição acusaram o VP jurídico do clube, Rodrigo Dunshee, de ser o responsável por trás de um perfil falso que difamava aliados e opositores de Landim nas redes sociais. A Polícia Civil investiga o caso, e Dunshee preferiu não se pronunciar sobre as acusações.

Com eleições previstas somente para o fim de 2024, o jogo eleitoral já toma conta do ambiente na Gávea. A diretoria resolveu marcar reunião do Conselho às vésperas do primeiro jogo da final da Copa do Brasil para deliberar sobre mudanças no estatuto, como a proibição de que políticos com cargos eletivos concorram nas eleições do clube – o que tiraria da disputa o deputado federal e ex-presidente rubro-negro, Eduardo Bandeira de Mello, uma das principais forças de oposição a Landim – e a possibilidade do atual mandatário concorrer a um terceiro mandato.

Depois que a emenda sobre políticos com cargos eletivos foi vetada na votação dos conselheiros, a reunião acabou suspensa devido a protestos da oposição, que acusou a tentativa de um golpe político por parte da situação. Tudo isso se encaixa no cenário tenso e explosivo vivido pelo time, que saiu derrotado pelo São Paulo no Maracanã e corre o risco de terminar a temporada sem nenhum título, algo inédito ao longo da gestão Landim.

Embora colecione taças e conquistas esportivas, a diretoria rubro-negra segue empilhando vexames institucionais fora do campo, retrato de uma administração que deu seu cartão de visitas ao rejeitar acordo com o Ministério Público após o incêndio que matou 10 crianças no centro de treinamento do Ninho do Urubu e resolveu barganhar o pagamento de indenizações com as famílias das vítimas.

Fonte: Breiller Pires Breiller Pires é jornalista esportivo e, além de ser colunista do Terra, é comentarista no canal ESPN Brasil. As visões do colunista não representam a visão do Terra.
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