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Chefe da arbitragem carioca diz que Fifa se precipitou

15 dez 2016 - 16h06
(atualizado às 16h06)
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Presidente da Comissão de Arbitragem da Federação de Futebol do Rio, Jorge Rabello, ex-integrante do quadro nacional da CBF, disse nesta quinta que a Fifa deveria ter propiciado mais treinamento aos árbitros de vídeo antes de promover experiências em jogos do Mundial de Clubes. Para ele, o ideal teria sido levar a iniciativa primeiro para competições de menor importância, como campeonatos sub-15, sub-17 ou sub-19.

“O uso da tecnologia para ajudar a arbitragem é um desejo muito antigo dos próprios árbitros. Mas isso tem que ser feito com cautela e passo a passo. Infelizmente o que se viu nos dois jogos do Mundial de Clubes (Atlético Nacional x Kashima e América do México x Real Madrid) foram erros nas intervenções do árbitro de vídeo, o que expõe algo que tende a ser extremamente favorável ao futebol.”

Durante evento na sede da federação, para apresentação da bola oficial e do uniforme dos árbitros para o Campeonato Carioca de 2017, Rabello disse que é preciso aprender com o know-how de outras modalidades que já usam recursos avançados para dirimir dúvidas numa disputa. “No basquete, no vôlei, no tênis, entre outros esportes, a tecnologia já se faz presente e o futebol tem que caminhar na mesma direção. Mas, tudo com muito critério e clareza.”

Ele comentou que o lance do primeiro gol do Kashima contra o Atlético Nacional na quarta (14), em um pênalti marcado depois de o árbitro ver a jogada no vídeo, foi mal interpretado porque o atacante do time japonês obstruiu o adversário e estava em impedimento antes de ser calçado. “Ali, o correto era deixar o jogo fluir, já haviam se passado dois minutos. Não era algo objetivo, como uma mão na bola ou um impedimento.”

Já na partida desta manhã, em que o Real Madrid derrotou, pela outra semifinal do Mundial o América do México por 2 a 0, Rabello criticou a validação de um gol anulado, instantes depois de o jogo ter sido reiniciado. “Isso fere a regra, é notório. No afã de mostrar o que todos querem, a Fifa se precipitou.”

Ele afirmou que não há nenhuma possibilidade de o modelo ser adotado no Carioca de 2017. “Como eu disse, depende de uma série de fatores: treinamento, adaptação, gente capacitada, e, além disso, o custo é muito alto. Se for fazer numa competição, tem que ser para todos os jogos, senão você cria distorções.”

Equipe da Fifa analisa lance de jogo do Mundial de Clubes, no Japão
Equipe da Fifa analisa lance de jogo do Mundial de Clubes, no Japão
Foto: EFE
Fonte: Especial para Terra
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