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São Paulo DC lança primeira escolinha para formação de atletas para o basquete 3x3

Equipe mostra mais uma vez que está na vanguarda e abre espaço para criança de oito aos 14 anos praticarem a modalidade que estreou nos Jogos de Tóquio

3 out 2021 - 17h05
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O trabalho nas categorias de base, em qualquer esporte coletivo, é o começo de tudo. E o São Paulo DC está dando mais um passo importante visando o futuro do basquete 3x3. A principal equipe do cenário brasileiro e latino-americano nos últimos anos contribuirá no desenvolvimento do primeiro Centro de Treinamento da modalidade no País. Na prática, o que isso significa? O esporte que estreou nos Jogos Olímpicos de Tóquio terá sua primeira escolinha para formação de atletas.

A primeira aula aconteceu na última quarta-feira, na Associação de Pessoal da Caixa Econômica Federal (APCEF), na Zona Sul de São Paulo. O grupo de 30 crianças se divertiu com os primeiros ensinamentos do trio Juninho Mariano (técnico), Alexandre Gaia (auxiliar) e Leo Willians (preparador físico), que já trabalham com o time principal do São Paulo DC, equipe que se tornou uma referência na modalidade ao adotar uma estrutura profissional em março de 2019. Eles serão os responsáveis pela formação dos primeiros talentos exclusivos do 3x3.

A escolinha vai contar com meninos e meninas dos oito aos 14 anos, com aulas nos períodos da manhã e tarde no contrafluxo escolar. Serão realizadas ainda peneiras para formação de equipes sub-15, sub-16 e sub-17 já com caráter competitivo. O projeto do "CT 3x3" é de responsabilidade da organização não governamental Instituto Futuros Craques (IFC), que é também mantenedor do São Paulo DC, e conta com aprovação pela Lei de Incentivo ao Esporte do Ministério da Cidadania, Secretaria Especial de Esportes, sendo patrocinado pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) e pela Loga (Logística Ambiental de São Paulo).

"O CT vem para fortalecer o nosso projeto, mostrar o crescimento do 3x3 no Brasil e o São Paulo DC se provar como um dos principais fomentadores do esporte no País. A ideia da escolinha é que todos possam vir para praticar o 3x3 e não apenas jogá-lo quando for ter um campeonato. Vamos formar atletas que pensam 100% no basquete 3x3", disse Juninho.

"A sensação de otimismo é muito grande, uma experiência única, porque seremos pioneiros com esse estilo de trabalho voltado exclusivamente para formação no 3x3. As expectativas são altas e o São Paulo DC vai demonstrar força e resiliência para que essas expectativas sejam correspondidas na prática. Estamos todos juntos para buscar o crescimento e formação do futuro do Brasil no basquete 3x3", acrescentou Leo.

Manager do São Paulo DC, Gustavo Bracco explica que pretende utilizar toda a experiência que o time adquiriu, dentro e fora das quadras, especialmente com diversas viagens para competir e realizar intercâmbio no exterior, neste trabalho de formação. A equipe esteve recentemente na Sérvia, país com grande destaque no 3x3. "Vamos formar futuras gerações."

Os atletas da equipe principal também vão contribuir de forma efetiva no projeto. As atividades do CT acontecerão no mesmo local que o São Paulo DC treina diariamente. "A convivência das crianças com os atletas, que hoje integram a seleção brasileira, trará lições e um conceito de vida esportiva, com valores morais importantes, disciplina, respeito ao próximo, responsabilidade e compromissos. Assim, teremos clínicas frequentes dos atletas com as crianças, que ficarão muito perto dos ídolos", explicou Bracco.

Presença constante na seleção brasileira, inclusive com participação na última convocação, quando o Brasil participou do pré-olímpico para Tóquio, em maio, André Ferros demonstra empolgação com o projeto. "O contato é muito legal, incrível. Eles ficam observando, admirados com os movimentos, com o jogo... É muito bacana passar um pouco do que sabemos para eles", afirmou. "É uma iniciativa incrível ter esta escolinha. A criançada é o futuro. São eles que vão carregar este esporte para frente depois da gente. É um passo importante para que o 3x3 possa evoluir, crescer no Brasil", completou.

Quem sabe, daqui uns anos, uma dessas crianças da pioneira escolinha de 3x3 possa ocupar realmente o lugar de André Ferros na seleção. O primeiro passo já foi dado.

CENÁRIO

A Confederação Brasileira de Basketball tem procurado ampliar o número de praticantes do basquete 3x3 no Brasil, mas o cenário ainda não é dos melhores. Atualmente são apenas 13.759 atletas ativos, aqueles com cadastro na Federação Internacional de Basquete, segundo informação da CBB, responsável pela gestão da modalidade.

No adulto, o Brasil conta com 6.705 jogadores no masculino e 1.254, no feminino. A CBB registra ainda 3.972 no sub-23, sendo 3.316 no masculino e 656 no feminino. Por fim, no sub-18, temos 1.512 no masculino e apenas 316, no feminino.

A entidade, no entanto, faz uma estimativa de que há 100 mil praticantes do basquete 3x3 no Brasil, já que muitos deles disputam torneios que não são homologados pela Fiba. A CBB criou inclusive um cadastro nacional no ano passado para que esses atletas possam entrar oficialmente na lista da modalidade.

O aumento no número de atletas é importante para que o Brasil possa subir no ranking da Fiba, que leva em consideração o desempenho individual dos jogadores. Atualmente, o País está longe das primeiras colocações. O masculino é apenas o 37.º do mundo no adulto e o feminino, apenas o 29.º. No combinado, ocupa o 31.º lugar.

A colocação determina quais países vão disputar o Mundial, por exemplo. Vale lembrar que o Brasil não conseguiu se classificar para os Jogos Olímpicos de Tóquio, quando o 3x3 fez sua estreia na programação olímpica. A seleção masculina ainda teve oportunidade de disputar um pré-olímpico, quando caiu nas quartas de final diante da França, situação que não foi possível no feminino.

A evolução da modalidade depende também do trabalho das federações. Algumas delas nem sequer têm um departamento de 3x3. A CBB tem realizado alguns torneios, como o Brasileirão masculino e feminino, em três categorias (adulto, sub-18 e sub-23), além dos Campeonatos Brasileiros Interclubes de Base (CBI), com ajuda do Comitê Brasileiro de Clubes (CBC), no sub-15, sub-18 e sub-23.

Estadão
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