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Governo australiano discute com F-1 provável adiamento da corrida de 21 de março

Pandemia do coronavírus pode mudar a data da corrida que abre a temporada da Fórmula 1

5 jan 2021 - 12h26
(atualizado às 12h31)
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Funcionários do governo australiano estão envolvidos em negociações com os organizadores da Fórmula 1 para a realização da etapa do país no calendário 2021 da principal categoria do automobilismo. Por causa da pandemia do novo coronavírus, existe a grande possibilidade de o evento, previsto para 21 de março, o primeiro da temporada, ser adiado para o segundo semestre. No ano passado, a corrida no circuito de Albert Park, em Melbourne, foi cancelada pelo mesmo motivo.

"Até onde eu sei, não houve decisão de cancelar, mover ou qualquer outra referente ao Grande Prêmio da Austrália", disse Lisa Neville, ministra de serviços de emergência do estado de Victoria. "Essas conversas são ao vivo e ativo, absolutamente."

O governo do estado de Victoria é um grande apoiador do GP da Austrália, que teve de ser cancelado em 2020 apenas dois dias antes da primeira corrida da temporada por causa da pandemia. Pilotos e equipes estiveram em Melbourne em março passado e estavam a horas do início da primeira sessão de treinos oficiais quando os organizadores cancelaram o GP, com milhares de fãs fazendo fila fora do circuito. Um membro da equipe McLaren testou positivo para o coronavírus.

Caso ocorra a mudança de data do GP da Austrália, a corrida de abertura do campeonato poderá ser a etapa do Bahrein, agendada para 28 de março. As restrições de viagem para a Austrália indicam que qualquer pessoa que entrar no país deva ficar 14 dias em quarentena, tornando difícil para as equipes de F-1 se prepararem para o evento. O Aberto da Austrália de tênis, outro importante evento do país neste início de ano, está definido para ter início em 8 de fevereiro, com a chegada dos atletas prevista para duas semanas antes.

PRESIDENTE DA FIA PREVÊ DIFICULDADES

De acordo com o francês Jean Todt, presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), a categoria vai seguir sentindo os efeitos da pandemia do novo coronavírus mesmo com a vacinação avançando em vários países do mundo, menos no Brasil.

"Não é como se a temporada estivesse começando e aí começamos com uma folha de papel em branco. O 'lockdown' ainda vai acontecer, o confinamento... O vírus está aí", salientou Todt, em entrevista à revista britânica Autosport. "Tem havido algum progresso. Estamos esperando uma vacina, então vai ser bom para a população, bom para o planeta aproveitar isso. Mas tenho certeza de que, nos próximos dias, ouviremos muitas mudanças potenciais em diferentes calendários, não somente da Fórmula 1, mas em outros calendários", explicou.

"Se tivesse de me comprometer de volta a um tipo de normalidade, mesmo que sinta que vai ser uma vida diferente na esteira da crise da covid-19, acho que metade do ano, na minha opinião, não vai ser como poderíamos esperar ter em uma temporada normal", acrescentou o dirigente.

Todt destacou também a "criatividade" da organização da Fórmula 1 para a realização da disputa em 2020. "Acho que a temporada de 2020 foi uma ótima temporada e com muita criatividade. Quem poderia imaginar um ano atrás, quando nos encontramos em Paris, que teríamos três grandes prêmios na Itália, corridas no mesmo circuito da Áustria, em Silverstone, corrida no traçado alternativo do Bahrein, na Turquia, então a Fórmula 1 merece os créditos", afirmou o presidente da FIA.

A Fórmula 1 tem a expectativa de realizar 23 corridas na temporada de 2021, incluindo o GP do Brasil, no autódromo de Interlagos, em São Paulo. Uma das novidades seria a adição do GP da Arábia Saudita no final do ano. Em 2020, a F-1 completou uma curta temporada de 17 corridas, principalmente na Europa e no Oriente Médio, com Lewis Hamilton ganhando o sétimo título de pilotos.

Estadão
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