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Segurança ou liberdade? As joias dão o que falar na F1

A discussão do uso de joias e outros apetrechos pelos pilotos causa uma discussão pequena e um barulho totalmente desnecessário

6 mai 2022 - 20h08
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Lewis Hamilton e as suas joias na entrevista coletiva do GP de Miami
Lewis Hamilton e as suas joias na entrevista coletiva do GP de Miami
Foto: ESPN F1 / Twitter

O GP de Miami mal começou na pista e acabou ainda mais espaço a uma discussão que já vinha sendo fomentada nas etapas anteriores e teve um aparente ápice agora, justamente com a estrela máxima da F1, Lewis Hamilton.

Com a chegada de Niels Wittich e Eduardo Freitas à Direção de Prova, a abordagem das regras se tornou mais literal. E um dos aspectos que passou a ser reforçado junto aos pilotos foi o uso dos equipamentos de segurança conforme o previsto. Não que antes não houvesse verificação, mas agora a lupa passou a ser maior...

Já na Arábia Saudita, a questão entrou no radar e mereceu até um comentário um tanto malcriado de Pierre Gasly, dizendo que até poderiam fiscalizar o uso do equipamento, mas que teriam de ver coisas que talvez não quisessem.

Para Miami, a coisa mudou: houve uma orientação da Direção de Prova de que a verificação de atendimento das normas de segurança pelos pilotos deveria ser de responsabilidade das equipes junto com a declaração de conformidade dos regulamentos.

A questão nem é tanto pelo uso dos equipamentos de segurança (que prevê até o uso de cuecas antichama), mas sim pela proibição do uso de joias e semelhantes pelos pilotos. O Anexo L do Código Internacional Esportivo da FIA no item 5 do Capítulo 3 é bem claro, dizendo que o uso de correntes de metal e piercings é terminantemente proibido durante a competição e pode ser verificado antes da largada.

Nisso aí, se juntou o Regulamento Esportivo que diz o seguinte: "Nenhum carro pode participar do evento até que a declaração descrita no 31.1 seja entregue e o Delegado Técnico tenha confirmado ao competidor de que ele esteja satisfeito que tenha sido completamente e corretamente preenchido".

O artigo 31.1 diz " Será solicitado a cada competidor conduzir a vistoria inicial de seus carros que começarão 4 (quatro) horas antes do início do TL1 e submeter a declaração devidamente preenchida não menos do que 2 (duas) horas antes do início do TL1."

No caso de Hamilton, a situação chegou a um certo limite: o inglês foi na entrevista coletiva com 3 relógios, vários anéis e muitas correntes. E foi bem claro dizendo que o uso ou não deste tipo de coisa deveria ser de escolha de cada um e não impactar na competição. Inclusive falou que assinaria um termo se responsabilizando e que poderia até deixar a F1. Vettel ainda foi mais incisivo ao dizer que este tipo de esclarecimento foi apontado para Hamilton.

A alegação da FIA é que o uso deste tipo de joia ou adereços podem ser prejudiciais em caso de ferimentos e incêndios. Não deixa de ser correta a preocupação e podem ter sido vistos vários tipos de situação. Além de possíveis coberturas de seguros obrigatórios. Mas e a questão de liberdade?

O fato é que, para estes casos, temos várias situações de punição previstas: começa em reprimenda, depois multa de 25 mil euros e depois 50 mil euros. A partir da terceira, 250 mil euros e perda de pontos. O que se fala é que FIA e Hamilton chegaram a um acordo: ele recebeu uma liberação médica e até Monaco ele tiraria os piercings. Mas temos outros pilotos que usam outros apetrechos e não querem abrir mão.

Devemos sim respeitar a liberdade de cada um. Mas há uma outra situação: não é de hoje que este tipo de regra consta do conjunto de normas e sabemos que muita coisa é solenemente ignorada pelos pilotos e até mesmo pelas equipes. Em um momento em que a FIA quer ser mais realista do que o rei, acabamos vendo este tipo de coisa que não deveria nem estar sendo considerada.

Nesta, eu não compro a briga do Hamilton, embora respeite a liberdade de cada um usar o que quiser. A FIA também pode transigir em alguns pontos, mas segurança deve vir antes de tudo.

Vamos ver as próximas cenas desta batalha que acaba tirando espaço do que realmente queremos ver: carros e pilotos disputando na pista. Um acordo surge daí e esperemos a próxima questão da vez.

Parabólica
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