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Equipes da F1 abrem mão da tinta em nome da redução de peso

Na luta contra a balança que se tornou a F1 em 2022, qualquer grama economizada importa

22 abr 2022 - 19h12
(atualizado às 19h17)
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A Ferrari adota asas pretas, com a fibra de carbono exposta, desde o começo do ano
A Ferrari adota asas pretas, com a fibra de carbono exposta, desde o começo do ano
Foto: Ferrari / Divulgação

O novo regulamento da Fórmula 1 para 2022 promoveu mudanças profundas nos carros, sendo as principais delas o novo conceito aerodinâmico, que trouxe de volta o efeito-solo, e as rodas maiores. E há uma outra diferença em relação aos carros do ano passado, que se tornou uma das maiores dores de cabeça das equipes: o ganho de peso.

O novo regulamento introduziu pneus maiores, reforços estruturais na parte de segurança, além de prever menor uso de materiais nobres (mais leves) na construção dos carros. Para acomodar as mudanças, o aumento do peso mínimo previsto em regulamento foi de expressivos 43kg (de 752kg para 795kg). Ainda assim, a maior parte das equipes apresentou carros acima desse mínimo, e a FIA concedeu mais 3 kg de tolerância. Escrevemos sobre isso aqui.

A Aston Martin tirou o verde das asas e as deixou pretas. Tudo para perder algum peso
A Aston Martin tirou o verde das asas e as deixou pretas. Tudo para perder algum peso
Foto: Aston Martin / Divulgação

Com o campeonato já iniciado, tem se tornado uma constante ver pilotos e chefes de equipe falando que as equipes seguem buscando redução de peso ou reclamando que seus carros estão pesados demais. Helmut Marko, consultor da Red Bull, disse que os carros de sua equipe perdem até 3 décimos em relação à Ferrari apenas por ser cerca 10kg mais pesado que o rival.

Com o teto orçamentário, que limita o desenvolvimento de novas peças, muitas equipes estão apelando para um recurso simples para tentar algum ganho na balança: tirar tinta do carro. A remoção da camada de cor em algumas partes dos carros, deixando a fibra de carbono exposta, traz um ganho pequeno de peso, mas, se ajuda, por que não?

A Alpine tirou a tinta azul de parte do bico e da asa dianteira, aumentando a área preta especialmente quando vista de lado
A Alpine tirou a tinta azul de parte do bico e da asa dianteira, aumentando a área preta especialmente quando vista de lado
Foto: Alpine / Divulgação

Diversas equipes lançaram mão desse recurso no decorrer do campeonato até aqui. As imagens desse artigo ilustram isso nos carros de Alpine, Aston Martin, McLaren e Williams, comparando suas versões iniciais e as usadas em Ímola, quarta corrida da temporada.

Mesmo a Ferrari, que não tirou tinta do seu carro depois de começado o ano, está nesse clube. A equipe foi exaltada por adotar uma pintura “retrô” em 2022, com asas pretas no melhor estilo anos 1990. Mas, seguramente, tomou a decisão de adotar essas cores tendo como razão principal a economia de alguns gramas, e não o estilo.

A McLaren deixou o laranja de lado na carenagem do motor e até nas bordas das asas traseiras
A McLaren deixou o laranja de lado na carenagem do motor e até nas bordas das asas traseiras
Foto: McLaren / Divulgação

Obviamente, isso por si só não explica o desempenho superior da equipe italiana até aqui. Mas exemplifica bem como a equipe fez um bom trabalho na interpretação do atual regulamento.

A questão da tinta não deixa de ser simbólica para temporada 2022: enquanto a maioria das equipes bate cabeça para tentar algo que ajude a perder peso, a Ferrari já tem a resposta desde o começo do campeonato. Esse ano, a equipe parece estar mesmo um passo a frente dos demais em tudo.

A Williams apresentou um FW44 todo azul, mas as asas passaram a ser pretas com a remoção da pintura. A região do cockpit e parte das laterais receberam o mesmo tratamento.
A Williams apresentou um FW44 todo azul, mas as asas passaram a ser pretas com a remoção da pintura. A região do cockpit e parte das laterais receberam o mesmo tratamento.
Foto: Williams / Divulgação
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