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Atletismo

Por novos ouros, Comitê fala em "frear" garoto-propaganda Fonteles

29 jul 2013 - 07h55
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<p>Alan Fonteles foi um dos atletas mais requisitados do Mundial Paralímpico de Atletismo de Lyon</p>
Alan Fonteles foi um dos atletas mais requisitados do Mundial Paralímpico de Atletismo de Lyon
Foto: Allan Farina / Terra

Alan Fonteles deixou o Mundial Paralímpico de Atletismo com três ouros e uma prata, esta obtida no revezamento 4x100 m. O paratleta tornou-se uma das principais atrações da competição e saiu de Lyon com a pretensão de ser o grande rosto do movimento. Apesar de estar contente com o momento do paraense, o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) segue a situação com atenção e fala até em "frear" o homem mais rápido do mundo na modalidade.

"Não pode perder o foco. Ele só é um grande campeão porque vence. Se não vencer, o protagonismo fica de lado. Ninguém aqui está sentindo muita falta do Pistorius porque alguém o substituiu. Isso pode acontecer com o Alan se ele parar de ganhar e alguém começar a vencer", disse o presidente do CPB, Andrew Parsons, que citou a ausência de Oscar Pistorius, astro sul-africano que lida com a acusação de ter assassinado a própria namorada com três tiros.

O dirigente se anima com a possibilidade de usar a imagem de Fonteles como o "garoto-propaganda" da Paralimpíada do Rio de Janeiro e promete cuidar da cabeça do paratleta, que, com apenas 20 anos, já tem um ouro nos Jogos de Londres.

"Vamos cuidar da cabeça do Alan e tentaremos promover o esporte paralímpico. Ele já recebeu umas três ou quatro oportunidades no Reino Unido. Teve o convite para o aniversário dos Jogos de Londres. Era para ter ido a mais eventos, mas negamos para se preparar para o Mundial. Estamos cuidando de frear em vez de escalá-lo para grandes eventos", explicou Parsons, citando evento de comemoração do aniversário dos Jogos de Londres no último domingo em que Fonteles quebrou o próprio recorde dos 100 m.

<p>Em Londres, Fonteles mostrou exemplo de como já passa a ser conhecido pelo mundo ao se encontrar com Rio Woolf, jovem fã inglês de cinco anos</p>
Em Londres, Fonteles mostrou exemplo de como já passa a ser conhecido pelo mundo ao se encontrar com Rio Woolf, jovem fã inglês de cinco anos
Foto: Getty Images

Segundo o presidente, o Comitê realiza também trabalho de gerenciamento da carreira dos esportistas, auxiliando-os em negociações, eventos e propostas. O cuidado é maior com os "medalhões", como Fonteles e os nadadores André Brasil e Daniel Dias. Parsons afirmou que o CPB não vai interferir, entretanto, se alguém optar por cuidar sozinho de sua carreira ou com a ajuda de outro agente.

"Se for uma proposta boa, seremos os primeiros a dizer 'vai'. Por que não? Se os atletas conseguirem administrar suas carreiras com ganhos e sem perder o foco nas pistas, tudo bem. Eu conversava com uma secretária da África do Sul, falávamos do desempenho negativo de uma atleta e o que me disseram foi que ela perdeu o foco. Ganhou casa, dinheiro e perdeu o foco", explicou o presidente do Comitê, citando a namibiana Johanna Benson.

Ainda de acordo com o dirigente, os brasileiros são os paratletas mais bem remunerados do mundo, quando se põe na soma patrocínios, salários e bolsas - com exceção para Pistorius antes da morte de sua namorada. "Hoje tem atleta ganhando mais de R$ 30 mil (mensal), mas é uma composição. O teto hoje é cerca de R$ 60 mil. O que para nós é ótimo", comentou.

*O repórter viajou a convite do Comitê Paralímpico Brasileiro.

Fonte: Terra
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