O canadense Ben Johnson, ex-recordista mundial dos 100 m, visitou nesta terça-feira o Estádio Olímpico de Seul, palco de sua vitória na final da prova na Olimpíada de 1988; apesar de ter vencido a prova com a marca de 9s79, perdeu o título três dias depois diante de denúncias do uso de doping
Afastado das competições desde a década de 90, Johnson hoje integra a campanha Escolha a Pista Certa, que luta contra o doping no esporte mundial
Johnson compareceu ao Estádio Olímpico de Seul exatos 25 anos depois da final dos 100 m rasos trazendo consigo uma petição; na final da época, o velocista afirmou que poderia ter corrido até mais rápido se não tivesse levantado a mão no fim da prova
Poucos dias após a corrida, porém, as amostras de urina de Ben Johnson apontaram o uso de estanozolol, um esteroide anabolizando derivado da testosterona; o canadense acabou desclassificado
Johnson admitiu posteriormente ter batido o recorde da prova no Mundial de Roma de 1987 também sob influência de esteroides; na ocasião, o canadense marcou 9s83, marca que foi igualmente cassada pela IAAF
Na época, o técnico Charlie Francis alegou que outros atletas faziam uso de substâncias proibidas e que seria impossível competir contra eles sem doping; posteriormente, ficou provado que outros finalistas dos 100 m da Olimpíada de 1988 também competiram dopados em algum momento da carreira
O ouro da final de 1988 ficou com Carl Lewis, à frente de Linford Christie; os dois se envolveram em escândalos de doping na carreira, assim como Dennis Mitchell (quarto colocado) e Desai Williams (sexto)
O Brasil contou com um finalista nos 100 m da Olimpíada de 1988: Robson Caetano, que foi o quinto colocado (na contagem corrigida) com o tempo de 10s11
O envolvimento de quatro finalistas (Johnson, Christie, Mitchell e Williams) em casos de doping fez a prova dos 100 m em Seul ficar conhecida como "a corrida mais suja da história"
Às 13h30 locais, mesmo horário da final olímpica, ele pisou na linha de largada da pista de atletismo da capital do país asiático
Bem Johnson ainda deixou a marca de seu pé direito como recordação no Estádio Olímpico de Seul
Carl Lewis acabou vencendo a final olímpica dos 100 m com 9s92; o melhor tempo dentre os atletas que não se envolveram com doping foi o de Calvin Smith, bronze com 9s99
Para o 25º aniversário do melhor e do pior momento da minha vida, estou ajudando na mudança. Usei substâncias sem medir o impacto que isso teria. Sabia que isso não era certo, mas os outros atletas se dopavam e achei que precisava tentar. Isso arruinou minha carreira e minha vida, disse Johnson nesta terça-feira