Com Nike "sumida", Ronaldinho começa a recuperar imagem comercial
Ronaldinho saiu pelas portas do fundo do Flamengo e era um "produto queimado" no mercado. Mas, pelo Atlético-MG, o craque conseguiu dar a volta por cima nas quatro linhas e chegou ao patamar de voltar a ser um ícone de vendas, mesmo que seja apenas no cenário dentro de Belo Horizonte. Um astro da bola, por meio do Atlético-MG, o meia volta a ser um alvo grandiosos para exploração imagética.
A prova disso é a linha de produtos oficiais do craque, lançada no final de abril, na Loja do Galo, em uma parceria entre o atleta, a SPR Sports (empresa que dirige as lojas oficias de São Paulo, Corinthians e Vasco). Para a SPR, o negócio, conduzido pelo irmão e agente do jogador, Roberto Assis, será benéfico para o clube mineiro, que consegue o retorno do valor investido em Ronaldinho através dos royalties das vendas de canecas, camisas, bonés, etc.
"O Assis conheceu a empresa e se interessou, marcou uma reunião com a Adriana Branco (diretora executiva do Atlético-MG) para a gente acertar. Foi uma parceria entre três partes. A partir de então, o Ronaldinho escolheu os produtos que ele desejava. Só de avisar que teríamos o lançamento, recebemos no final de semana posterior mais de 500 e-mails de lojistas pedindo para revender, saber como poderiam vender, o que mostra o tamanho da procura e do sucesso", afirmou Pedro Grzywacz, representante da SPR, no dia do lançamento na Loja do Galo.
Contudo, uma importante marca americana do mundo esportivo, que acompanha Ronaldinho de longa-data, a Nike, acabou ficando em segundo plano, de forma inevitável - mais até do que a Lupo Sports, ramificação da tradicional empresa de cuecas e meias que é a fornecedora de materiais esportivos. E é justamente a presença da Lupo que impede qualquer filiação da Nike com a linha de produtos do craque. A empresa do interior de São Paulo não tem relação com os produtos do astro, mas cede o espaço nas Lojas do Galo para a comercialização das peças.
Para o diretor de relações da Nike, Mario Andrada, não houve nenhum conflito de interesses ou ato antiético das partes ao lançar a linha de produtos exclusivos de Ronaldinho sem a gigante multinacional. A empresa foi consultada antes do contrato. E Andrada deixou claro que a Nike, em relação à Ronaldinho, possui a preocupação de "desenvolver produtos e equipamentos esportivos".
Mas o fato é que a linha R10, que desenvolve os produtos de Ronaldinho pela Nike, está estagnada e sem previsão de ser relançada, apesar de o craque voltar a ser notícia positiva na mídia especializada internacional.
Nem mesmo a não convocação para a Seleção Brasileira implica em uma desvalorização publicitária de Ronaldinho, já que a sua não ida é dita como uma injustiça de Felipão, pela opinião pública, e ele é o símbolo da exuberante fase do Atlético-MG.
Há cerca de três anos, quando já havia saído do Barcelona, Ronaldinho e seu irmão Assis decidiram esfriar a imagem comercial do atleta junto à Nike.