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Acessibilidade não é problema em arenas, mas no Rio, ainda é

Apenas arenas e estações de trem e metrô próximas das arenas paralímpicas contam com estrutura adequada para deficientes

6 set 2016 - 10h48
(atualizado às 10h55)
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As estações de trem Maracanã, Engenho de Dentro e Deodoro são vitais para o sucesso da Paralimpíada. Por esses locais, centenas de milhares de pessoas vão passar nos próximos dias para chegar ao local de várias competições do evento. Remodeladas, com elevadores, rampas e sinalizações novas, as três estações receberam elogios de turistas durante a Olimpíada. Mas essa é apenas uma parte pequena da história.

Se por ali é fácil a circulação de cadeirantes, por exemplo, o mesmo não se pode dizer de outras tantas paradas de trem espalhadas pela cidade olímpica. As dificuldades são extensivas a mais dois transportes de massa, representados pelos ônibus do município e o metrô, e ainda às calçadas, irregulares, de vários bairros da cidade.

Portadora de deficiência visual, Sandra R. Lima tem de contar com a ajuda de amigas para subir e descer as escadas da estação de trem do Riachuelo – entre Maracanã e Engenho de Dentro. É o seu caminho diário para o trabalho.
Portadora de deficiência visual, Sandra R. Lima tem de contar com a ajuda de amigas para subir e descer as escadas da estação de trem do Riachuelo – entre Maracanã e Engenho de Dentro. É o seu caminho diário para o trabalho.
Foto: Silvio Barsetti / Especial para Terra

No caso dos trens, o problema é mais crônico. São mais de 100 estações administradas pela SuperVia no Grande Rio. Menos de 10% delas em condições de uso por pessoas com deficiência física. Bem próximo ao Engenhão, a estação de Piedade - que fica a um quilômetro do estádio olímpico - é um exemplo de transtorno. De um lado, o único acesso ali é por uma escada com mais de 50 degraus. Impossível alcançar a plataforma dos trens se o transeunte com problemas sérios de locomoção não for carregado.

"Na verdade, havia mais esperança do que expectativa de conquistar avanços com os Jogos. Isso não se concretizou. O que temos de novidades são exemplos bem pontuais. Os ônibus BRT (Bus Rapid Transit) e o VLT (Veículos Leves sobre Trilhos) foram importados com estrutura de acessibilidade. Mas os transportes de massa praticamente ficaram estagnados" disse ao Terra a superintendente do IBDD (Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência), Teresa Jesus.

Para ela, a situação do Rio deixa muito a desejar em comparação a outros grandes centros urbanos do planeta. “Além dos cadeirantes, é preciso atenção especial também a gestantes, idosos, pessoas privadas da visão e nisso estamos muito atrasados.”

Sandra R. Lima sabe bem disso. Portadora de deficiência visual, ela tem de contar com a ajuda de amigas para subir e descer as escadas da estação de trem do Riachuelo – entre Maracanã e Engenho de Dentro. É o seu caminho diário para o trabalho. “Você conta nos dedos os locais de uso coletivo no Rio em que existe piso tátil. É uma dificuldade tamanha andar pela cidade.”

A SuperVia, por meio de sua Assessoria de Imprensa, explicou que a concessionária segue um programa de investimentos em parceria com o governo federal “que contempla a reforma das estações de trem. Abaixo, nota da empresa enviada ao Terra.

A empresa está investindo R$ 376 milhões na modernização de todas as estações do sistema ferroviário com o objetivo de seguir os padrões internacionais de acessibilidade. As intervenções incluem instalação de elevadores, escadas rolantes, rampas de acesso, piso tátil, adaptação de bilheterias e banheiros. A concessionária, ciente de que o sistema ferroviário conta uma infraestrutura construída há mais de 150 anos, e em atenção aos passageiros que necessitam de apoio, adota as regras de acessibilidade assistida com funcionários treinados e capacitados para prestar auxílio imediato a esses clientes, tanto no acesso ao sistema quanto no deslocamento pelas estações e embarque/desembarque das composições.

Fonte: Especial para Terra
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