Usiminas tem perda contábil bilionária e operacional dentro do esperado no 3º tri
SÃO PAULO (Reuters) -A Usiminas anunciou nesta sexta-feira prejuízo líquido de R$3,5 bilhões no terceiro trimestre, pressionada por um impacto contábil de mais de R$2 bilhões relacionado ao exame de valor de seus ativos de siderurgia, segundo balanço publicado mais cedo.
A companhia afirmou que não fosse o impacto "sem efeito no caixa", teria apresentado lucro líquido de R$108 milhões entre julho e o final de setembro, abaixo do desempenho positivo de R$185 milhões obtido um ano antes.
Segundo o balanço, a produtora de aços planos teve de fazer exame no valor contábil de seus ativos, o que resultou na chamada "perda por impairment" no valor de R$2,2 bilhões, "além de R$1,4 bilhão pela avaliação de recuperabilidade de impostos diferidos".
Analistas do BTG Pactual afirmaram em relatório que o resultado operacional da Usiminas veio em grande parte em linha com o esperado, com a divisão siderúrgica mostrando margem Ebitda de apenas 5%, "a menor entre seus pares, sinalizando o ambiente muito desafiador".
"Esses impactos (contábeis) ressaltam os desafios estruturais da Usiminas, refletindo ativos não lucrativos e anos de subinvestimento", afirmaram os analistas.
O resultado operacional da Usiminas medido pelo Ebitda, sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização ajustado foi de R$434 milhões no terceiro trimestre, 2% acima de um ano antes.
Analistas, em média, esperavam Ebitda da Usiminas de R$458,7 milhões, segundo dados da LSEG.
A receita líquida da Usiminas caiu 3%, para R$6,6 bilhões, mas ligeiramente acima da previsão do mercado, de R$6,46 bilhões, também de acordo com a LSEG.
A Usiminas alertou no balanço que espera volumes de vendas de aço menores no próximo trimestre, devido à sazonalidade típica do período, enquanto os preços devem apresentar estabilidade.
Para os analistas do BTG, a previsão indica um "Ebitda sequencial estável, o que sugere que os resultados fracos podem persistir".
A companhia entregou uma alavancagem de apenas 0,16 vez ao final do terceiro trimestre, abaixo do nível de 0,50 vez do segundo trimestre.
O investimento no período foi de R$266 milhões, 20% abaixo do segundo trimestre, mas 32% maior que o desembolsado um ano antes.
Um dos pontos mais positivos no balanço foram as vendas de minério de ferro da empresa, que cresceram 9% em volume, para 2,5 milhões de toneladas, enquanto as vendas de aço recuaram 2%, para 1,1 milhão.