Tesouro espera déficit primário de 0,4% do PIB em 2025, 0,2% em 2026 e superávit a partir de 2027
No cenário de referência, dívida bruta do governo geral cresceria até o pico de 84,1% em 2029 e depois cairia gradualmente até 2035, quando estaria em 82,9% do PIB
BRASÍLIA - O Tesouro Nacional espera que o governo central tenha déficit primário de 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 e de 0,2% em 2026, segundo o Relatório de Projeções Fiscais divulgado nesta quarta-feira. A expectativa é de superávits crescentes, de 0,5% do PIB em 2027 e 1,0% em 2028, e depois de 1,25% de 2029 a 2030.
"O cenário de referência apresenta resultado primário do governo central suficiente para cumprir as metas fiscais, atingindo um déficit de 0,4% do PIB em 2025, tendo em vista que os gastos com precatórios excedentes ao subteto são excepcionalizados para fins de apuração das metas fiscais", diz o Tesouro.
Nesse cenário de referência, a dívida bruta do governo geral (DBGG) cresceria de 76,5% em 2024 para 79,0% do PIB no fim deste ano, puxada pela alta dos juros nominais, e a 82,3% em 2026. Ela cresceria continuamente até o pico de 84,1% em 2029. Depois, cairia gradualmente até 2035, quando estaria em 82,9% do PIB.
O Tesouro considera, nesses números, que a receita líquida passa de 18,4% para 18,5% do PIB entre 2024 e 2025 e, depois, cresce continuamente até 19,1% em 2029 e 2030. Em seguida, há uma trajetória de queda até 17,5% do PIB no fim de 2035.
"Essa evolução pressupõe que medidas adicionais de arrecadação podem ser propostas para compatibilizar a receita com a trajetória contratada para as despesas primárias, garantindo o alcance das metas fiscais", diz o órgão.
Em relação à despesa, considera-se um crescimento real médio de 2,9% ao ano para as despesas sujeitas aos limites do arcabouço fiscal, mais o comportamento dos gastos não sujeitos a essa margem. Nesse cenário, os gastos totais passam de 18,8% do PIB este ano para o pico de 19,0% em 2026. Depois, caem gradualmente até o piso de 16,3% em 2035.
"Como reflexo desse crescimento médio maior do que o limite superior permitido pelo RFS (2,5%), as despesas discricionárias se reduzem no horizonte de projeção. Essa redução ganha tração a partir de 2027, com a inclusão da totalidade dos precatórios no limite de despesas", diz o relatório.
As projeções consideram um crescimento médio de 2,7% ao ano para o PIB de 2025 a 2035, além de alta de 8,1% ao ano para a massa salarial e de uma redução da taxa Selic.