Taxação de 50%: Haddad diz que Brasil pode adotar diversas medidas, inclusive não tarifárias
'Há uma série de alternativas consideradas. Isso não significa que vão ser acionadas, porque o desejo é que até lá isso tenha sido superado', afirma ministro da Fazenda
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo brasileiro avalia medidas para responder às tarifas impostas pelos EUA, enquanto busca resolver o impasse e manter boas relações comerciais internacionais.
BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quinta-feira, 10, que o governo estuda um "rol enorme" de medidas que podem ser adotadas caso as tarifas de 50% sobre produtos brasileiros anunciadas pelo presidente americano, Donald Trump, não sejam revertidas.
"Há muitas medidas não tarifárias, há medidas tarifárias que não impactam a inflação, há uma série de alternativas que vão ser consideradas. Isso não significa que vão ser acionadas, porque o nosso desejo é que até lá isso tenha sido superado. Teremos tempo para superar", disse Haddad a jornalistas, na portaria da sede da Fazenda, em Brasília.
A fala ocorreu após o ministro ser indagado sobre um possível impacto inflacionário de retaliações do governo brasileiro contra os Estados Unidos.
Mais cedo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que passaria a cobrar tarifas de 50% dos produtos americanos se Trump não recuar.
O ministro classificou as tarifas americanas contra o Brasil como "um grande mal entendido", e afirmou que, independentemente do impacto, o País quer manter uma boa relação com os Estados Unidos e cooperar com o mundo inteiro.
Ele afirmou que as tarifas são fruto de uma ação ideológica e não têm sentido econômico.
"O Brasil não pode ser apêndice de um bloco econômico. Nós queremos o acordo União Europeia-Mercosul, queremos manter as nossas exportações para a Ásia, que é um grande parceiro comercial, queremos investimentos norte-americanos no Brasil, que detém o maior estoque de capital no País. Tudo isso nós queremos continuar fazendo com normalidade, com tranquilidade", disse.