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Santander mantém rentabilidade com lucro 27,8% maior em cenário difícil, de inadimplência em alta

Lucro no 1º trimestre é de R$ 3,861 bi, 27,8% acima do registrado no mesmo período do ano passado; ações subiram quase 4% nesta quarta-feira, 30

30 abr 2025 - 17h15
(atualizado às 22h26)
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As ações do Santander Brasil chegaram a cair 3,2% na mínima desta quarta-feira, 30, recuperavam o fôlego no início da tarde e encerraram o pregão com alta de 3,94%. A virada reflete a recepção mista do balanço do banco relativo ao primeiro trimestre deste ano, em que os fatores positivos sobressaíram. Analistas destacaram um crescimento da inadimplência prévia (a que obriga notificar o devedor antes de incluí-lo em cadastros de inadimplentes), mas também a rentabilidade ainda acima dos 17% mesmo em um cenário mais difícil.

O lucro do Santander foi de R$ 3,861 bilhões, 27,8% acima do registrado no mesmo período do ano passado, e estável em relação ao quarto trimestre, mesmo com a sazonalidade desfavorável.

O primeiro trimestre costuma ser de menor ímpeto no setor bancário devido ao caixa mais curto de empresas e de famílias, que, combinado a uma concentração de despesas no começo do ano, reduz a capacidade de pagamento.

Esse fator apareceu na carteira de crédito, que caiu 0,1% entre dezembro e janeiro, e também nos atrasos entre 15 e 90 dias, que subiram de 3,7% para 4,1% no mesmo período. Ainda assim, o banco apresentou retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) de 17,4%, acima do que analistas de mercado previam.

Os números mostram que o banco está no rumo certo, diz Leão
Os números mostram que o banco está no rumo certo, diz Leão
Foto: Werther Santana/Estadão / Estadão

Em coletiva de imprensa, o presidente do banco, Mario Leão, afirmou que os números mostram que o banco está no rumo certo para voltar a apresentar 20% de retorno no médio prazo e que "2024 foi um ano de uma recuperação grande de lucro e rentabilidade, então é improvável que o delta do lucro neste ano seja da mesma magnitude".

A recuperação veio tanto pelo crescimento da carteira de crédito quanto por uma mudança de foco. O Santander tem buscado ampliar o relacionamento com os clientes, para extrair uma rentabilidade maior da base e reduzir o risco de inadimplência. Em carteiras como as de alta renda, pequenas e médias empresas e atacado, o ROE já está acima dos 20%.

"O varejo massificado é onde a gente puxa essa média para os 17,4%. A gente tem nas novas safras do varejo massificado um ROE acima de 20%, obviamente prospectivo", disse o presidente do banco na teleconferência com analistas de mercado.

Entre os bancos de investimento, a percepção foi de que o balanço deu bons indicativos sobre os resultados dessa estratégia. "Embora a análise do trimestre tenha sido impactada pela implementação da resolução 4.966 (do Banco Central, que estabelece novos critérios contábeis para instrumentos financeiros), continuamos vendo uma melhoria estrutural nas tendências para o ROE", disse o analista Gustavo Schroden, do Citi.

"De modo geral, esperamos uma reação neutra do mercado, porque não vemos nenhuma mudança significativa nas expectativas para 2025", escreveu Marcelo Mizrahi, do Bradesco BBI.

O que os analistas dizem sobre a inadimplência

O maior ponto de dúvida entre os analistas foi justamente a inadimplência antecedente. Na visão de parte deles, a alta, em especial a observada na carteira de pessoas físicas, deu um indicativo pessimista. "A inadimplência de curto prazo da parte de pessoas físicas da carteira aumentou 0,6 ponto porcentual (em um ano), o que pode ser um sinal negativo para a qualidade dos ativos do sistema", escreveu Daniel Vaz, do Safra.

O vice-presidente Financeiro do Santander, Gustavo Alejo, afirmou que a maior parte da variação foi fruto do endurecimento das políticas de renegociação do banco. Tradicionalmente, o conglomerado procurava o cliente para renegociar antes que ele atrasasse o crédito. Desde 2023, no entanto, as condições estão mais restritivas, com mais exigências de pagamento à vista, por exemplo.

"Parte da elevação deve ser absorvida, e a inadimplência de 15 a 90 dias não deve fluir para a de longo prazo", afirmou ele, na teleconferência com analistas. Alejo acrescentou que a política de renegociações do banco não deve mudar, e que o Santander vê uma qualidade de ativos estável. No primeiro trimestre, o atraso acima de 90 dias foi de 3,3%, 0,1 ponto acima da vista um ano e também um trimestre antes.

Ainda assim, o banco reforçou suas provisões com um valor extra de cerca de R$ 5,6 bilhões no trimestre para preparar o balanço para a regra contábil que entrou em vigor em janeiro. Com a resolução 4.966 do Conselho Monetário Nacional (CMN), os bancos passam a ter de provisionar os empréstimos de acordo com o risco, e não apenas com o atraso, como eram obrigados a fazer até então.

"A provisão para a (resolução) 4.966 não foi por um deterioro da macro, por aproveitarmos para fazer uma provisão", disse Leão na teleconferência. Segundo ele, o Santander chegou ao reforço após avaliar os efeitos da adoção das novas regras sobre o crédito que concedeu até aqui.

Estadão
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