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Safra de trigo do Paraná pode ter salto em 2019, aponta Deral

22 fev 2019 - 13h15
(atualizado às 13h24)
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O Paraná, maior produtor de trigo do Brasil, poderá ver um crescimento cerca de 30 por cento na safra do cereal deste ano, se as condições climáticas favorecerem, apontou uma estimativa preliminar do Departamento de Economia Rural (Deral), do governo do Estado.

Caminhão descarrega grãos de trigo
06/09/2014
REUTERS/Ilya Naymushin
Caminhão descarrega grãos de trigo 06/09/2014 REUTERS/Ilya Naymushin
Foto: Reuters

A produção paranaense, que em geral responde por mais da metade da safra de trigo do Brasil, foi estimada em um intervalo de 3,3 milhões a 3,66 milhões de toneladas, ante 2,8 milhões na temporada passada, quando as lavouras sofreram com adversidades climáticas, incluindo geadas.

O crescimento da produção ocorreria apesar de o Deral apontar, em uma primeira avaliação interna, que a área terá um ligeiro recuo de 30 mil hectares na comparação com o ano passado, para 1,07 milhão de hectares.

Apesar do indicativo de plantio obtido junto a produtores, o especialista em trigo do Deral, Carlos Hugo Godinho, avalia que, ao final, a área plantada poderá na verdade superar a do ano passado, uma vez que os preços estão melhores.

"É um número 'maquiado' pelo desgosto do produtor com o trigo. Acho que o produtor não vai diminuir a área", disse Godinho, lembrando que o plantio começa oficialmente em 20 de março, mas pode ocorrer até julho.

O Estado tem sofrido com problemas climáticos nos últimos anos, o que explicaria o desalento mencionado pelo agrônomo.

Na safra passada, por exemplo, do total colhido, um volume de 1 milhão de toneladas foi destinado para ração em função da baixa qualidade resultante do clima adverso, comentou o analista Luiz Pacheco, da consultoria T&F, em relatório nesta sexta-feira.

Esse produto de pior qualidade acaba sendo vendido a preços mais baixos do que o cereal que vai para moagem na indústria de farinha.

No caso de a produção do Paraná atingir o ponto superior da estimativa do Deral, a safra ficaria ligeiramente abaixo do recorde de 2014, quando o Estado obteve quase 3,8 milhões de toneladas, segundo dados do Ministério da Agricultura.

Em 2014, o plantio no Paraná somou 1,39 milhão de hectares, ou 300 mil hectares acima do que aponta a primeira estimativa do Deral para 2019.

Uma safra grande e de qualidade no Paraná poderia reduzir a necessidade de importações pelo Brasil, um dos maiores importadores global do produto, que compra a maior parte de suas necessidades na Argentina.

A importação de trigo do Brasil em 2018 foi estimada em 6,7 milhões de toneladas, enquanto a safra brasileira foi de 5,6 milhões de toneladas, segundo dados do Ministério da Agricultura.

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