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Resiliência e capacidade de adaptação: as lições de empreendedores brasileiros no Vale do Silício

Em sua sétima edição, a Brazil at Silicon Valley, conferência de inovação realizada no Vale do Silício entre 21 e 23 de abril quer jogar luz sobre a força do empreendedor nacional

12 abr 2025 - 14h28
(atualizado em 13/4/2025 às 15h16)
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Mostrar a força e a capacidade de resiliência do empreendedor brasileiro, mesmo em tempos difíceis. Essa é a missão da sétima edição da Brazil at Silicon Valley (BSV), conferência de tecnologia e inovação que deve reunir mais de 600 fundadores, empreendedores e executivos de grandes empresas entre os dias 21 e 23 de abril. Com o tema "Embrace Resilience", o evento realizado no Google Event Center, em Sunnyvale, na Califórnia, vai também discutir tendências do Vale do Silício, como o uso de tecnologia para sustentabilidade e, claro, inteligência artificial. O Estadão é um dos patrocinadores do evento.

"Resiliência é adaptação com propósito, transformando escassez em oportunidade e incerteza em estratégia. É algo que os brasileiros têm de sobra - e um dos motivos pelos quais os nossos empreendedores têm uma boa reputação no Vale do Silício", afirma Luciano Snel Corrêa, membro do board da BSV. Para Corrêa, que também é membro do conselho da Icatu Seguros e foi seu presidente executivo por quase uma década, uma das missões do evento é ajudar os brasileiros a beber da fonte da inovação. "Mais do que só uma conferência, queremos ser um movimento contínuo e um espaço de conexão ao longo do ano todo", diz.

Criada em 2019, a Brazil at Silicon Valley surgiu como um evento organizado por estudantes brasileiros das universidades de ponta da Califórnia, como Berkeley e Stanford. A conexão acadêmica se mantém até hoje e é um dos trunfos da conferência, que conta ainda com o apoio de figuras como Jorge Paulo Lemann, Luciano Huck e Hugo Barra, ex-executivo de empresas como Google e Xiaomi.

Desde o início, a participação na BSV é feita apenas por convite. Entre os exemplos de parcerias e negócios geradas pelo evento, o executivo cita a criação do Instituto de Tecnologia e Liderança (Inteli), faculdade fundada pelos sócios do BTG Pactual após uma visita à BSV. Hoje, a instituição já tem mais de 500 alunos, com cursos nas áreas de tecnologia, engenharia e administração.

Agenda

Entre os principais destaques da programação deste ano estão nomes como Divesh Makan, sócio da gestora de investimentos Iconiq Capital, que investiu em empresas como Alibaba, Uber e Airbnb, e o vice-presidente sênior do Google James Manyika. "Ele é responsável pela área de pesquisa da empresa e vai falar sobre o impacto da inteligência artificial na sociedade pela ótica da ética", destaca Corrêa.

Inteligência artificial é, inclusive, um dos temas que mais ocupam espaço na agenda da BSV, com sessões de cases práticos da tecnologia sendo aplicada a negócios, além do impacto que a inovação pode trazer para o mercado de trabalho. "Uma preocupação hoje do Brasil é sobre como regular a IA. Acredito que podemos trazer insights para as empresas brasileiras, ajudando-as a entender como criar modelos de negócios que possam contribuir e avançar essas discussões", diz.

Outra fatia relevante da agenda está dedicada à sustentabilidade. "Teremos paineis que abordarão o potencial do Brasil para ser um líder em questões como economia verde, biotecnologia e climatetechs (startups que oferecem soluções para as mudanças climáticas", diz o membro do board da conferência.

Segundo ele, o tema tem sido cada vez mais debatido no Vale do Silício. "Aqui, ao se discutir um novo negócio hoje, é praticamente inerente abordar a pegada em termos de sustentabilidade. É algo que chama muito a atenção dos investidores atualmente." Para Corrêa, não há contradição em abordar a IA e o impacto ambiental no mesmo palco. "Pelo contrário: com a tecnologia, teremos mais oportunidades e ferramentas para atacar esse problema."

Retomada

Além de expor os brasileiros a temas quentes do Vale do Silício, a BSV tem como objetivo estreitar os laços de fundadores de empresas brasileiras com investidores estrangeiros. Não à toa, além das discussões sobre estratégias de crescimento, captação de investimentos e internacionalização de empresas, a BSV também dedica longos espaços para networking e troca de cartões. "Queremos criar um ambiente propício para parcerias estratégicas, não só entre fundos e startups, mas também entre empresas. Muitas startups em estágio mais maduro são potenciais compradoras de outras companhias", afirma Corrêa.

Para o executivo, o momento é bastante oportuno para a aproximação: mesmo com o cenário turbulento na economia internacional, ele vê o apetite de fundos globais por startups brasileiras aumentando depois de anos de menor movimentação, especialmente após o início da Guerra da Ucrânia. Um dos exemplos recentes que mexeram com o mercado é o da Enter, startup de IA para a área jurídica que recebeu recentemente um cheque da Sequoia, gestora conhecida por ter apostado desde o início em empresas como Apple, Atari, Google e Nvidia. Mateus Costa Ribeiro, CEO e cofundador da Enter, será um dos principais palestrantes da agenda.

Ele se juntará a nomes como Igor Marinelli, da Tractian, que usa inteligência artificial para cuidar da manutenção de equipamentos industriais. Fundada por brasileiros, a empresa hoje tem sua sede em Atlanta, na Geórgia, tendo recebido uma rodada de investimentos de US$ 120 milhões no final de 2024 liderada pelo Sapphire Ventures, investidor de empresas como Wise, Fitbit, LinkedIn e Docusign. "Gosto de ver a visão de empreendedores brasileiros criando modelos de negócio fora do Brasil", afirma Corrêa. Para ele, a visão global é algo que ainda falta aos empreendedores locais. "Não é errado focar no Brasil, mas por que não sonhar grande e internacionalizar a operação para outros países?". Se depender da BSV, o primeiro carimbo no passaporte já está dado.

Estadão
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