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Preços de gado vivo nos EUA avançam com expectativa de maior demanda da Ásia

16 out 2019 - 16h26
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Chicago, 16 - O preço do gado bovino nos Estados Unidos vem aumentando desde setembro. A baixa oferta de proteína animal na Ásia estimula apostas de que os animais vivos terão demanda cada vez maior. As cotações do gado vivo na Bolsa de Chicago (CME) subiram 13,6% desde 10 de setembro, para cerca de US$ 1,13 a libra-peso.

Os preços da carne bovina no varejo também avançaram nos EUA. Diversos cortes estão sendo vendidos mais caros esta semana do que na mesma semana do ano passado, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

Uma variedade comum de carne moída é vendida em média por US$ 3,75 a libra-peso esta semana, quase 20% a mais do que há um ano.

A alta coincide com o avanço da peste suína africana na Ásia. O vírus - fatal para suínos, mas inofensivo para humanos - foi encontrado na Coreia do Sul no mês passado após aparecer na Coreia do Norte em maio. De acordo com o governo local, até semana passada, 145 mil porcos foram eliminados na Coreia do Sul, que é um dos maiores importadores do produto no mundo.

A doença devastou plantéis de suínos na China, o maior mercado de carne suína do planeta. Cerca de 1,17 milhão de suínos foram abatidos lá desde agosto do ano passado para conter a doença, de acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). As eliminações impulsionaram o preço da carne suína no gigante asiático em 69%.

A indústria de carne bovina dos Estados Unidos tenta preencher parte desse déficit de proteína. Exportações de carne bovina para a Coreia do Sul já avançaram 8% ante o ano passado, totalizando 174.290 toneladas até agosto, de acordo com a Comissão de Comércio Internacional dos EUA (Usitc, na sigla em inglês).

Exportações do produto para o Japão recuaram 3% na mesma comparação, mas espera-se que a demanda do país aumente com a restrição de oferta na região. O acordo comercial entre EUA e Japão acertado em agosto também deve aumentar a demanda. Os termos acordados reduzem ou removem tarifas de cerca de US$ 7 bilhões em produtos agrícolas norte-americanos exportados anualmente para o Japão, incluindo carne bovina.

"A indústria de carne bovina dos EUA está extremamente ansiosa com a perspectiva de tarifas menores no Japão", disse o presidente e CEO da Federação Americana de Exportação de Carne, Dan Halstrom.

As cotações do gado recuaram em agosto após incêndio destruir um frigorífico da Tyson Foods no Estado de Kansas, EUA, reduzindo a demanda pelos animais e pressionando futuros a menos de US$ 1/libra-peso. Agora, traders e operadores dizem que o mercado está se ajustando.

Um porta-voz da Tyson disse na terça-feira, 15, que a companhia espera um retorno à normalidade das operações no início de 2020. Antes do fogo de 9 de agosto, a planta processava cerca de 5% de toda a produção de carne bovina dos EUA. Fonte: Dow Jones Newswires.

Estadão
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