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Por que o escritório sem impressora ainda não é uma realidade total?

Mesmo com todos os pontos problemáticos, como erros de impressão, problemas mecânicos e atolamento de papel, trabalhadores dizem que vão continuar usando impressoras

12 jul 2023 - 13h28
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Durante um dia de trabalho recente, o sistema de registro de imagens na clínica onde Ezinma Okoli trabalha quebrou. O ultrassonografista do Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido disse que esse era o pior cenário possível. A interrupção poderia causar problema aos profissionais e fazer com que a clínica recusasse pacientes. Para alguns, isso poderia significar a diferença entre um diagnóstico precoce ou descobrir tarde demais.

Mas não foi isso o que aconteceu. Como o sistema de registro de imagens da clínica não é inteiramente digital, ele pôde analisar os arquivos físicos e diagnosticar sete mulheres com câncer. Uma dessas mulheres, inclusive, tinha múltiplos tipos de câncer, segundo ela.

"Fazer com que ela retornasse porque estávamos sem software, poderia ter sido um ponto sem volta para aquela mulher", ela disse. "Eu sei que é apenas papel, mas isso tem um impacto real em uma família". Para trabalhadores como Ezinma, ter acesso aos impressos tem um propósito vital. Embora isso não seja o caso da maioria dos trabalhadores nos Estados Unidos, impressoras ainda são essenciais na forma de fazer seus trabalhos.

Materiais impressos ajudam a enfatizar algumas formas de comunicação. Eles ajudam algumas pessoas a focarem tornam a tomada de nota mais fácil. Eles providenciam uma forma simples de pessoas distribuírem informações. Mesmo com todos os pontos problemáticos, como erros de impressão, problemas mecânicos e atolamento de papel, alguns trabalhadores dizem que vão continuar usando impressoras.

Este ano, o mercado de impressoras domésticas e de escritório dos Estados Unidos espera vender US$ 10,47 bilhões, que se somam a mais US$ 16 milhões com dispositivos a laser e jatos de tinta, de acordo com datas da pesquisa de mercado feita pelo Internacional Data Corp. Isso representaria 15% de queda de vendas e 11% de baixa no valor de mercado nos últimos cinco anos. Mesmo assim, espera-se que a venda de impressoras resulte em alguns milhões durante, pelo menos, os próximos quatro anos, se não além, de acordo com o IDC.

Algumas indústrias ainda dependem muito de impressoras para registros no papel. Por exemplo, os profissionais da saúde usam o papel para coletar informações dos pacientes e para fazer atualizações do arquivo desses pacientes. E o sistema jurídico depende de impressoras para coleta de provas, apresentação de documentos ao tribunal, a troca de informações entre duas partes envolvidas em um caso e, em alguns casos, contratos comerciais.

"Por mais que o mercado goste de falar sobre deixar de usar papel, a impressão ainda é algo de que precisamos e exigimos para [alguns] trabalhos", disse Keith Kmetz, vice-presidente de pesquisa de soluções de imagens, impressão e documentos da IDC. "Não está desaparecendo."

Brad Shannon, um especialista em TI em Simpsonville, na Carolina do Sul, descreve seu relacionamento com as impressoras como amor e ódio. Nos melhores dias, ele agradece. Na pior das hipóteses, ele gostaria de poder usar um taco de beisebol e quebrá-la em mil pedaços - como a famosa cena do filme Como Enlouquecer Seu Chefe.

Shannon, que trabalha para uma pequena empresa contratada pelo governo e é dono se seus próprios negócios de consultoria, já lidou com tudo, desde impressoras que precisavam ser desligadas a tomada por 20 minutos para acordar do seu modo soneca, até problemas de conexão e atolamento de papel. O processo de fazê-las funcionar pode ser tão complicado que ele tenta evitar a todo custo o "aborrecimento da impressora".

Mas ele precisa de uma impressora para documentos do trabalho que precisam ser autenticados e enviados por correio. "Eu me sinto um idiota", ele diz, em meio aos risos, sobre os problemas da impressora. "Eu venho lidando com TI há mais de duas décadas... e é como se eu não soubesse o que eu estou fazendo."

Para Evan Naar, consultor geral assistente de Nova York da agência de licenciamento Beanstalk Group, às vezes as impressoras são necessárias para acordos comerciais, especialmente quando ele precisa escrever alterações e compartilhar com ambas as partes. Ele também teve que enviar alguns documentos por carta registrada. E quando auxiliou um escritório de advocacia de família, disse que usava muito impressoras para documentos que os advogados levavam ao tribunal e compartilhavam com os clientes.

Embora entenda a necessidade de impressoras em seu campo, às vezes elas ainda o irritam. "Eu sou uma pessoa impaciente, então o tempo é o que mais me frustra", ele disse, referindo-se ao longo trabalho de impressão. "Além disso, a tecnologia consegue ser bem instável, então às vezes você não consegue conectar a impressora com o computador."

Impressoras também atendem um propósito crítico para as pessoas cujo o trabalho depende quase que totalmente de produtos impressos. Esse é o caso de Jon Shelness, o fundador do My Property ID Registry, uma empresa que fornece etiquetas para os pertences das pessoas. Cada etiqueta tem um número que a vincula a um banco de dados digital, que guarda as informações a partir de um número de série. O propósito é ajudar pessoas a fornecer detalhes específicos à polícia sobre sua propriedade, caso seja roubada.

Claro, grande parte do negócio depende de adesivos físicos. Além disso, Shelness disse que imprime brochuras e materiais de marketing junto com bilhetes individuais para clientes em potencial e agências de aplicação da lei.

Às vezes, Shelness imprime de 40 a 50 páginas em um dia. Ele tem que descartar várias impressoras a jato de tinta antes de recorrer a uma a laser para fazer o seu trabalho. "De alguma forma, meu produto de segurança é antiquado", ele disse. "Eu acredito que ainda há um lugar neste mundo para coisas físicas."

Trabalhar com coisas físicas é a preferências de alguns trabalhadores que dizem que o papel faz seu trabalho ou o de seu cliente mais fácil. Como recrutador de vendas, Chris Stinson disse que ele gosta de imprimir o currículo de seus candidatos para que ele possa destacar ou tomar nota na margem do papel antes de fazer as entrevistas. O morador de Alpharetta, na Geórgia, disse que ele salva tantas informações em seu computador que, às vezes, encontrar alguma coisa pode ser cansativo. Ele também diz que memoriza melhor as informações quando escreve.

Mas ele também já teve sua dose de dores de cabeça com impressoras. Uma vez, sua impressora permaneceu parada, embora ele tenha apertado o botão para imprimir. Faltavam 10 minutos para uma entrevista de emprego com um candidato, cujo o currículo ele planejava imprimir. Ele resolveu o problema justo na hora, mas entrou na entrevista atrapalhado, relembra.

"No fim do dia, você diz imprimir e espera que sim", ele diz. "Isso me irrita, mas eu não sei se eu conseguiria fazer sem ela". Adam Preset, vice-presidente e analista do local de trabalho digital da empresa de pesquisa e consultoria Gartner, diz que abandonar as impressoras pode dificultar seu trabalho. Preset regularmente faz apresentações para grandes audiências, e ele sempre carrega impressões de seus slides caso seu computador falhe - e isso já aconteceu.

"Eu poderia conhecer meu conteúdo tão bem que não preciso de anotações ou recursos visuais de qualquer tipo, mas às vezes falo sobre conceitos muito complexos", disse ele. "A cópia em papel é seguro."

Alguns trabalhadores preferem apenas a sensação e o foco que o papel oferece. Emmett Hynous, diretor de vendas da empresa de software de gerenciamento de informações empresariais OpenText, disse que às vezes imprime longas cadeias de e-mail e lê e escreve notas nelas antes de responder digitalmente. Ele também gosta de revisar contratos dessa maneira. O papel dá a ele uma folga de olhar para a tela o dia todo. Seu maior problema: o custo da tinta. Ele gasta cerca de US$ 60 (cerca de R$ 288) em cada substituição. Certa vez, ele optou por uma tinta mais barata, mas sua impressora não aceitava a marca econômica.

"É um mal necessário", declarou sobre a impressora. "É uma coisa que você simplesmente não joga fora ou tenta se livrar porque você acha que você irá precisar no minuto que você fizer isso". Shannon Epps teve vontade de jogar fora sua impressora mais de uma vez. Ela disse que às vezes tem que ficar longe dos erros confusos da máquina antes de voltar para resolvê-los. Mas como especialista administrativo remoto, ela é obrigada a imprimir porque alguns de seus clientes preferem documentos físicos, faturas e correio tradicional.

Epps disse que se ela pudesse fazer magicamente a impressora perfeita, ela pediria que ela fizesse apenas uma coisa: funcionar. "Não vou falar mal sobre isso", ela riu, virando a cabeça para olhar para a impressora. "Depois que você fala mal dele, ele para de funcionar."/Washington Post.

Estadão
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