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Consório BRK/Acciona e Patria vencem leilão de saneamento em PE; arrecadação chega a R$ 4,2 bi

Os dois blocos concedidos totalizam ainda cerca de R$ 19 bilhões em investimentos ao longo dos 35 anos de contrato

18 dez 2025 - 14h40
(atualizado às 15h50)
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Por outorgas (concessões) em dois blocos de saneamento leiloados na manhã desta quinta-feira, 18, o governo de Pernambuco arrecadou cerca de R$ 4,2 bilhões. Pelo maior lote, o consórcio composto por BRK e Acciona ofertou R$ 3,5 bilhões. Pelo primeiro lote, o Patria desembolsou R$ 720 milhões, marcando sua estreia no setor de saneamento. Os leilões ocorreram na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo.

No primeiro leilão, o Patria arrematou a microrregião Sertão, composta por 24 municípios de Pernambuco. Por meio do fundo Infraestrutura BR v Saneamento Holding II, ofertou desconto máximo de 5% sobre a tarifa. A outorga de R$ 720 milhões representa um ágio de 727% ante o valor mínimo de R$ 87 milhões estipulado em edital.

A gestora desbancou a Aegea e a VPE Participações, da Cymi. A empresa foi incorporada em 2021 pelo grupo francês de infraestrutura Vinci.

Já a BRK e Acciona não enfrentaram concorrência pelo Bloco 2, formado pela microrregião RMR-Pajeú, que conta com 150 municípios, incluindo a capital Recife, além do distrito de Fernando de Noronha. As companhias ofertaram desconto máximo de 5% sobre a tarifa e uma outorga de R$ 3,5 bilhões, ágio de 60%.

Os dois blocos totalizam ainda cerca de R$ 19 bilhões em investimentos ao longo dos 35 anos de contrato. Do montante total, cerca de R$ 15,4 bilhões serão destinados ao bloco RMR-Pajeú e R$ 2,938 bilhões para o lote do Sertão. Estão previstos também R$ 773 milhões em obras de produção.

Uma das principais premissas da concessão é a universalização dos serviços de saneamento. Com isso, o projeto determina a ampliação do acesso à água para 99% da população e à rede de esgoto para 90% até 2033, além da redução das perdas de água em até 25%. Atualmente, Pernambuco tem cerca de 87% de água e 34% de esgoto, enquanto as perdas são de 48%, segundo dados fornecidos na apresentação do projeto.

'O setor não é novo para nós'

A conquista do Bloco 1 dos serviços de água e esgoto de Pernambuco marcou a estreia do Patria no setor de saneamento. Contudo, a gestora vem avaliando o segmento há mais de uma década, segundo o sócio do Patria, Thiago Bronzi.

"Apesar de ser nossa estreia no saneamento, o setor não é novo para nós. Acompanhamos esse mercado desde 2015 e estudamos esse projeto por mais de um ano", afirmou.

Além da forte demanda por capital, o projeto traz desafios operacionais, principalmente diante das metas de universalização dos serviços enquanto Pernambuco registra baixos índices de cobertura. "É uma região com muitas particularidades e desafios, mas isso está refletido na forma como estruturamos o investimento", disse.

Em relação ao financiamento, o sócio do Patria afirmou que o investimento de curto prazo já está assegurado. Segundo ele, a gestora já conta com o necessário para a fase inicial do projeto e avalia que há ampla oferta de alternativas para o financiamento de longo prazo, dada a maturidade do setor de saneamento junto ao mercado de capitais e ao sistema bancário.

Após a vitória no leilão, Bronzi reforçou que o Patria seguirá ativo na busca por novas oportunidades em infraestrutura. "Temos capacidade e apetite para buscar mais ativos", disse, mas sem detalhar quais projetos ou setores estão sendo acompanhados mais de perto.

O Patria tem ampliado sua participação no setor de infraestrutura nos últimos anos, com destaque para o setor de rodovias. Em meados de outubro, anunciou o fechamento da captação de seu quinto fundo especializado em aportes em projetos de infraestrutura, o Patria Infraestrutura V. Foram R$ 15,4 bilhões (ou cerca de US$ 2,9 bilhões), no que se tornou o maior fundo para o setor já criado na América Latina.

'Único caminho possível para a universalização'

A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSD), afirmou que a concessão dos serviços de saneamento representa o único caminho possível para garantir a universalização do acesso à água e ao tratamento de esgoto. Ela destacou que os dois blocos leiloados nesta quinta-feira, 18, viabilizarão cerca de R$ 19 bilhões em investimentos.

"Temos a convicção de que esse é o melhor caminho e o único que temos para garantir a universalização do acesso à água e ao tratamento de esgoto", disse a governadora, ao lembrar que, em janeiro de 2023, Pernambuco enfrentou um grave racionamento, quando cerca de 2 milhões de pessoas ficaram sem acesso à água.

Ainda segundo Raquel, o Estado chegou a estruturar investimentos públicos entre R$ 6 bilhões e R$ 7 bilhões, já em execução ou em fase de licitação, mas a necessidade total para universalização era de cerca de R$ 35 bilhões. "Como fazer isso sem buscar um caminho diferente, sem abrir o mercado para que parceiros privados viessem nos apoiar como concessionários?", reforçou.

Dos R$ 4,2 bilhões arrecadados em outorga, R$ 1,4 bilhão será distribuído entre os municípios, com destinação prioritária para infraestrutura hídrica. Outra parte ficará com o Estado e será direcionada a investimentos em segurança hídrica. "Isso permite que a água chegue até onde os concessionários passam a exercer o contrato", explicou.

Metrô de Recife

Ao comentar os próximos passos da agenda de concessões, a governadora disse que o Estado de Pernambuco avançou nesta semana na assinatura de um acordo de cooperação técnica com o governo federal para estruturar a concessão do metrô do Recife.

O projeto prevê aportes de cerca de R$ 4 bilhões da União e pelo menos outros R$ 4 bilhões da iniciativa privada, com consultas públicas previstas para 2026 e início dos investimentos mais robustos a partir de 2027.

Estadão
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