Nestlé cortará 16 mil empregos nos próximos dois anos; saiba o motivo
Empresa quer reduzir custos em mais de R$ 20 bilhões até o fim do ano que vem
O CEO da Nestlé, Philipp Navratil, anunciou nesta quinta-feira, 16, que a empresa cortará 16 mil empregos nos próximos dois anos durante um processo de reestruturação para tentar reduzir custos e recuperar desempenho financeiro. O número corresponde a quase 6% do total de funcionários da empresa.
"O mundo está mudando e a Nestlé deve se adaptar mais rapidamente, o que significará tomar decisões difíceis, mas necessárias, para reduzir o número de funcionários", afirmou Navratil em um comunicado.
Segundo a empresa, o corte de 12 mil empregos administrativos em diversas funções e áreas do mundo permitirá a economia de um bilhão de francos suíços (R$ 6,83 bilhões) por ano até o fim de 2027 - o dobro do valor previsto até agora. Outros quatro mil funcionários serão demitidos como parte de iniciativas em andamento que pretendem acelerar a produção e a cadeia de suprimentos.
A Nestlé também anunciou que aumentou a meta de cortes de custos para três bilhões de francos suíços (R$ 20,49 bilhões) até o fim de 2026, ante dois bilhões e meio de francos suíços (R$ 17,07 bilhões) planejados.
Dona de mais de duas mil marcas, como Nescafé, KitKat e Maggi, a empresa suíça registrou uma queda de 1,9% em suas vendas nos primeiros nove meses de 2025.
Assim como outros negócios do setor alimentício, a Nestlé enfrenta uma série de ventos contrários externos, incluindo o aumento dos custos das commodities e as tarifas impostas pelos Estados Unidos. A empresa anunciou aumentos de preços nos últimos meses para compensar os custos mais altos do café e do cacau.
A Nestlé também passa por turbulências internas. Após somente um ano no cargo, o ex-CEO Laurent Freixe foi demitido em setembro devido a uma "relação amorosa" com uma subordinada. Navratil, que era diretor da Nespresso, assumiu a missão de liderar a empresa em meio a reestruturação. Na mesma época, o então presidente da Nestlé, Paul Bulcke, renunciou ao cargo. /Com informações da AP e da AFP