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'Meta fiscal de 2026 está mantida; números da Receita permitem cumprir arcabouço', diz Tebet

Segundo ministra, calamidades, decisões do STF e resistência do Congresso em aprovar medidas de corte de gastos têm feito o governo sair do arcabouço fiscal de vez em quando

19 ago 2025 - 12h57
(atualizado às 13h28)
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Resumo
A ministra Simone Tebet confirmou a manutenção da meta fiscal de 2026, apesar de desafios como calamidades, decisões do STF e resistência do Congresso a medidas de corte de gastos, destacando que as receitas atuais permitem cumprir o arcabouço.
Ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet durante audiência pública da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado realizada nesta terça-feira, 19
Ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet durante audiência pública da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado realizada nesta terça-feira, 19
Foto: Wilton Junior/Estadão / Estadão

BRASÍLIA — A ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou na manhã desta terça-feira, 19, que está mantida a meta de superávit em 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB) prevista para o ano que vem. Ela explicou que os números de previsão de receitas apresentados até o momento asseguram o cumprimento do alvo fiscal.

"Estamos tendo reuniões todos os dias e a meta vai ser mantida, vamos cumprir a meta. Os números que estão vindo são números da Receita que nos permite cumprir os limites do arcabouço sem precisar cortar gastos, no sentido de não poder cumprir o orçamento em função de não ter receita. Ou seja, as receitas estão comparecendo e isso nos dá tranquilidade que a gente vai levar ao limite máximo da expansão de gastos porque as políticas públicas não podem partir", disse antes de participar da reunião da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

Em relação à agenda de subsídios, a ministra disse que a sugestão de corte linear de 10% é insuficiente, mas representa um "ponto de partida". "Mas é preciso depois se debruçar nos números a partir de 2026 e, a partir daí, fazer o dever de casa, não só na horizontalidade, ou seja, naqueles subsídios que eram importantes e relevantes a 20, 30 anos atrás, que atendiam o interesse público, mas que hoje não atende, atende apenas alguns interesses privados", comentou.

A segunda etapa, de acordo com a ministra, seria uma revisão vertical em benefícios como Simples, de forma a averiguar se todos que recebem o benefício contemplam as regras e estão, por exemplo, dentro do teto do rendimento bruto.

Calamidades

Ela afirmou que calamidades, decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e a resistência do Congresso em aprovar medidas de corte de gastos têm feito com o que o governo vez ou outra saia do arcabouço fiscal.

"O somatório disso, calamidades públicas, decisões meteóricas vindas do STF que são absolutamente imprevisíveis. Diante de um arcabouço restrito, em que qualquer medida fora não garantiria o cumprimento do arcabouço (...) Aliado a tudo isso, fez e faz com que, muitas vezes, tenhamos de sair do arcabouço", declarou Tebet durante audiência pública da CAE do Senado.

Como mostrou o Estadão/Broadcast essa semana, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai totalizar em seu terceiro mandato pelo menos R$ 387,8 bilhões em gastos não contabilizados na meta fiscal, uma das principais regras das contas públicas no País. O número foi atingido com o pacote de socorro às empresas afetadas pelo tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciado na quinta-feira, 13, que vai retirar R$ 9,5 bilhões da meta até 2026.

A ministra afirmou que o arcabouço estava no limite do possível quando foi aprovado: "Quando aprovamos o arcabouço fiscal, colocamos o arcabouço no limite do possível. A partir dali, algumas medidas aconteceram." Tebet disse que é "preciso compartilhar as responsabilidades" com o Congresso e citou projetos parados na Câmara e no Senado para redução dos gastos públicos, como o que limita supersalários de funcionários públicos.

"Apresentamos dois pacotes, ainda que modestos, de redução de gastos (...) Quando quisemos discutir questões como Fundo do DF e o Fundeb isso foi barrado pelo Congresso. Mas é do jogo político. Como é do jogo político o Congresso não ter avançado sobre os supersalários", falou.

Simone Tebet citou também o impacto de medidas do que chamou de "Judiciário assistencialista", como a decisão do STF que reduziu as exigências na concessão do salário-maternidade, que tem estimativa de impacto de R$ 12 bilhões em 2026.

"Estamos abrindo espaço fiscal de R$ 12 bilhões para cobrir um meteoro que caiu nas nossas costas, que não discuto o mérito, de que a mulher, mesmo que não tenha contribuição previdenciária, tenha licença-maternidade. Só que chegou do nada", declarou.

A ministra afirmou ainda que o governo tem sido "bombardeado para cumprir a meta fiscal", mas que o governo "tem recebido meteoros" em meio a um Orçamento restritivo. Ela alertou ainda que novos gastos imprevisíveis podem vir no futuro. "As ações que vêm, alheias à nossa vontade, não são R$ 500 milhões, que já seria muita coisa. São R$ 10 bilhões, R$ 12 bilhões, e acho que vêm outras pela frente".

Estadão
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