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Madero aposta em integração com Jeronimo, segura repasse de preços e mantém dívida sob controle

Conversão de restaurantes para o modelo híbrido, iniciada em agosto passado, já alcançou 36 unidades; plano é estender esse modelo para 70 das 279 operações

28 jul 2025 - 19h34
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Com cenário macro adverso e pressão sobre a inflação de alimentos, o Grupo Madero tem adotado uma marcha mais cautelosa este ano, com foco na eficiência e no controle da dívida. Para isso, a empresa aposta no modelo híbrido, que integra as marcas Madero e Jeronimo sob o mesmo teto, fórmula que tem sustentado margens e gerado caixa trimestre após trimestre.

A conversão de restaurantes para o modelo híbrido, iniciada em agosto passado, já alcançou 36 unidades. O plano é estender esse modelo para 70 das 279 operações espalhadas pelo País, de forma a permitir que cada restaurante tenha capacidade de entregar pratos dos dois cardápios.

A estratégia já vem gerando resultados. No segundo trimestre, as vendas nas lojas híbridas cresceram 18,2% na comparação com o desempenho antes da conversão. "Além do incremento de vendas, temos economia de aluguel e maior visibilidade para as marcas", disse o presidente da empresa, Junior Durski, em entrevista ao Estadão/Broadcast.

No resultado consolidado, o Grupo registrou alta anual de 3,8% nas vendas nas mesmas lojas. A receita líquida somou R$ 490,3 milhões, com crescimento de 7,4% sobre o segundo trimestre de 2024, desconsiderando o benefício extraordinário do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), criado durante a pandemia.

Vendas nas lojas híbridas de Madero e Jeronimo cresceram 18,2% na comparação com o desempenho antes da conversão
Vendas nas lojas híbridas de Madero e Jeronimo cresceram 18,2% na comparação com o desempenho antes da conversão
Foto: Werther Santana/Estadão / Estadão

Também sem o impacto do programa, o lucro líquido foi de R$ 12,5 milhões, queda anual de 1,8%. Segundo a empresa, "a pequena redução no resultado líquido ocorreu devido a um aumento no custo financeiro em comparação com o segundo trimestre de 2024". O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado, por sua vez, avançou 14,9%, totalizando R$ 139,6 milhões.

A proposta das unidades híbridas, segundo o CEO, é entregar as duas experiências no mesmo local, com pedido no totem e entrega conjunta na mesa. "Foi um desafio técnico sincronizar os tempos de preparo, mas conseguimos reduzir o tempo de preparo do hambúrguer do Madero de nove minutos e meio para cinco minutos", afirmou.

Cada unidade convertida exige investimento de R$ 400 mil a R$ 500 mil, e o tempo de retorno do investimento fica entre seis e doze meses, segundo a empresa.

Repasse de preços

O preço do boi gordo saltou 196% desde o início do ano, passando de R$ 98,47/arroba para R$ 291,80/arroba na última sexta-feira, de acordo com dados da Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

Mesmo com a escalada nos custos das proteínas e de outros alimentos, o Grupo Madero tem conseguido segurar os repasses de preços ao consumidor final.

Segundo o diretor financeiro da companhia, Ariel Szwarc, esse controle só é possível graças à estrutura verticalizada do grupo, que controla desde a produção em cozinha central própria em Ponta Grossa (PR) até a distribuição com frota dedicada.

"Também buscamos ganhos de eficiência na produção e na logística, o que ajudou a preservar margens e evitar repasses integrais ao consumidor", disse.

O segundo trimestre também foi marcado pela inauguração de quatro novas unidades. Ao fim de junho, a companhia tinha R$ 378 milhões em caixa e reduziu sua dívida líquida em R$ 20,5 milhões, totalizando R$ 753,9 milhões. O índice de alavancagem também segue controlado, em 1,19 vez o Ebitda dos últimos 12 meses.

Apesar da solidez financeira, o plano de expansão segue cauteloso. "O custo financeiro está alto, então estamos priorizando geração de caixa e redução de dívida", disse Szwarc.

Segundo ele, novas unidades têm sido abertas com suporte de shoppings e proprietários de terrenos, o que reduz o desembolso direto da companhia. Em 2026, a previsão é inaugurar entre 10 e 15 unidades.

IPO no radar

O Madero tem registro de companhia aberta na CVM desde 2021, mas ainda não realizou sua oferta pública de ações (IPO). A abertura de capital continua no radar.

"Sempre quis fazer um IPO, mas não precisamos dele agora. Se surgir uma janela com boa precificação, vamos considerar. Enquanto isso, seguimos distribuindo dividendos e reduzindo dívida", afirmou Durski, que detém 60% da participação acionária da empresa.

Estadão
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