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Lula elogia relação com Congresso e diz que divergência é positiva: 'A gente senta à mesa e resolve'

Presidente afirmou que intenção de seu governo não é que a população fique dependente de programas e benefícios sociais, mas tornar o Brasil um país de classe média

4 jul 2025 - 14h04
(atualizado às 14h31)
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BRASÍLIA - Em meio à crise da judicialização do IOF, após o Congresso derrubar o aumento do imposto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira, 4, ser muito "agradecido" pela relação que tem com os parlamentares.

Segundo ele, ter divergências com o Legislativo é algo positivo, porque o governo pode se sentar à mesa e resolver os problemas. A declaração foi feita em Duque de Caxias (RJ), durante cerimônia de anúncio de investimentos da Petrobras em refino e petroquímica.

"Sou grato ao Congresso Nacional. Quando tem uma divergência, é bom. A gente senta à mesa, vai conversar e resolve. O governo pensa uma coisa, o Congresso está pensando outra. A gente vai resolver isso em uma mesa de negociação. Eu não quero nervosismo", disse Lula.

O conflito entre o Planalto e o Congresso foi escancarado pela crise do aumento do IOF. Surpreendendo Lula, a Câmara e o Senado derrubaram o decreto presidencial a toque de caixa e o Executivo resolveu recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para conseguir a vigência da medida.

Ao comentar sobre a crise política, o presidente disse que membros do Legislativo estão pensando nas eleições de 2026. Em tom de campanha, Lula afirmou que, se tudo correr como ele idealiza, ele deve ser o primeiro presidente eleito quatro vezes na história da República.

"Tem gente que pensa que o governo já acabou, tem gente que já está pensando em eleição. Eles não sabem o que eu estou pensando. Se preparem porque, se tudo tiver como estou pensando, esse País vai ter, pela primeira vez, um presidente eleito quatro vezes pelos braços do povo", afirmou.

'País de classe média'

O presidente afirmou que a intenção de seu governo não é que a população fique dependente de programas e benefícios sociais como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), mas tornar o Brasil um país de classe média.

Em evento nesta sexta, 4, Lula voltou a criticar a taxa de juros no Brasil
Em evento nesta sexta, 4, Lula voltou a criticar a taxa de juros no Brasil
Foto: Wilton Junior/Estadão / Estadão

"É possível que façamos deste País um país de classe média. Não queremos que a sociedade brasileira fique dependente de Bolsa Família, de BPC. Queremos que as pessoas dependam da sua capacidade de trabalho", declarou.

O petista disse que, para isso, é necessário investimentos em educação e na geração de empregos e citou seu trabalho como torneiro mecânico.

Ele também voltou a defender o projeto que aumenta a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e disse que "as pessoas não querem ceder". "Decidimos que 141 mil pessoas que ganham mais de R$ 1 milhão paguem um pouco mais. Não é justo. Não tiramos de ninguém que ganha nada. Estamos tirando de quem ganha mais de R$ 1 milhão, uma merreca deles", afirmou.

O presidente disse que sua intenção inicial era que a isenção fosse para até 5 salários mínimos e que há resistência à proposta, que tramita atualmente na Câmara. "É duro é que as pessoas não querem ceder. Quem tem privilégio não quer abrir mão do privilégio", falou.

No evento, Lula também voltou a criticar a taxa de juros no Brasil. Segundo ele, a Selic, atualmente em 15%, é o único "número negativo" durante seu governo.

"O Brasil está vivendo um momento seguro, um momento, senão, extraordinário, de muita certeza e de muita garantia. Não tem um número negativo neste País a não a taxa de juros da Selic, que não depende de nós, porque o Banco Central tem autonomia", declarou.

Sem citar o ex-presidente do Banco Central Roberto Campos Neto, Lula disse que seu mandato herdou uma "febre". "Herdamos uma pessoa com uma febre muito alta, e para curar essa febre leva um tempo. Mas podem ficar certos que os juros também vão entrar", falou.

Lula citou a redução da cotação do dólar para R$ 5,40, disse que o Brasil passa por uma fase de crescimento econômico e mencionou a taxa de inflação de 5%.

Com aporte de R$ 33 bilhões, os projetos celebrados no evento desta sexta-feira visam ao aumento da produção, com foco em produtos renováveis, e o ganho de eficiência energética nas plantas do Estado. A previsão é que mais de 38 mil empregos diretos e indiretos serão gerados, segundo a empresa.

Além do presidente, estão presentes o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, além de outras autoridades.

Preço da gasolina

Lula defendeu ainda que órgãos públicos e os ligados à defesa do consumidor fiscalizem o preço de combustíveis vendidos pelos postos. "Quero chamar a atenção dos Procons estaduais, do Cade [Conselho Administrativo de Defesa Econômica] e da Polícia Federal. É preciso que esses órgãos que têm a função de fiscalizar não permitam que nenhum posto de gasolina deste País venda gasolina mais cara do que aquilo que é o preço que tem que vender, e muito menos óleo diesel", declarou.

O presidente afirmou que o "óleo diesel e gasolina estão mais baratos" do que quando entrou na Presidência em 2023. "Se pode estar muito cara, está igual. Se levar a inflação desse período, vamos mostrar que, quando a Petrobras abaixa, muitos postos de gasolina não reduzem. Estavam me falando que em Brasília há um posto que aumentou R$ 0,50. Não é possível", disse.

Lula afirmou também que há muitos postos de gasolina que não têm repassado os descontos em combustíveis. "Não é possível que a Petrobras anuncie tanto desconto no óleo diesel e não chegue ao consumidor", disse.

Estadão
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