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LGPD: Brasil tem 7 tentativas de fraude por minuto

Dados expostos são um problema muito maior do que se imagina.

16 fev 2022 - 04h00
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Foto: Sammy-Sander / Pixabay

Nos últimos dois anos, o número de empresas que sofreram invasões e tiveram seus dados expostos cresceu exponencialmente. De acordo com o Mapa de Fraudes desenvolvido pela ClearSale, empresa de serviços de proteção contra fraudes e estornos, foram R$ 3,6 bilhões em tentativas de fraude em 2020, sendo a maior parte delas no comércio virtual. 

Para se ter uma ideia, por mês são registradas quase 295 mil tentativas de fraudes, ou seja, sete ações por minuto.

O cenário é preocupante e reitera a importância das corporações se adequarem urgentemente à LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados). Nesses seis meses das sanções da Lei em vigor, ainda há empresas que sentem dificuldades em se adequarem. 

Entre os principais fatores temos falta de capital para investir em novos processos, profissionais qualificados e até em uma política de proteção de dados contendo as devidas medidas técnicas e administrativas para a conformidade. Porém, ter um olhar atento a isso é fundamental para as companhias protegerem as informações de seus funcionários, fornecedores e clientes, além de evitar sanções, que podem chegar em até 2% do faturamento.

O processo para se adequar às normativas da LGPD é minucioso e exige o envolvimento de diversas áreas. Não à toa, um estudo realizado pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) em parceria com o escritório de advocacia Serur, apontou que 45% das empresas entrevistadas do setor de serviços responderam que atendem de 0 a 20% dos requisitos da Lei Geral de Proteção de Dados, tornando este segmento o mais complicado para se adaptar nos processos que envolvem mapeamento, armazenamento e transferências de dados.

A pesquisa ainda revela que, para as pequenas e médias organizações, a proteção de dados ainda não se tornou uma prioridade. Essa preocupação se torna maior apenas nas empresas que são mais suscetíveis a sofrer processos judiciais e danos reputacionais. 

Apesar disso, as pequenas instituições têm consciência de que uma multa como consequência do mau uso de dados pode colocar o negócio em risco.

A LGPD e sua obrigatoriedade já não é mais uma novidade. Neste primeiro trimestre de 2022 é preciso que as empresas incorporem essa responsabilidade pelo uso dos dados pessoais de nós titulares. Tudo que se refere a dados pessoais deve ser revisado, mapeado e acompanhado. E mais, é fundamental implementar uma política clara e acessível dessas informações.

Para que a adequação esteja em conformidade com a LGPD e que não apresente falhas ao longo do processo, o executivo orienta que as empresas destinem investimento em treinamentos, melhorias de comunicação e transparência, processos e contratação de uma consultoria especializada.

(*) Sylvio Sobreira é CEO da SVX Corporate, consultoria em Governança, Proteção de Dados e Inovação.

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