Lançamentos em 4 capitais do Nordeste nos próximos 12 meses abrem parceria Direcional/Moura Dubeux
A Direcional é uma das líderes nacionais do programa Minha Casa, Minha Vida; e a Moura Dubeux, a maior incorporadora do Nordeste
A Direcional e a Moura Dubeux estão abrindo uma empresa em comum (joint venture) para desenvolver empreendimentos imobiliários no Nordeste. Com o novo negócio conjunto, as empresas buscarão a liderança na produção de moradias na região, com foco nos clientes de renda média e baixa, dentro do Minha Casa, Minha Vida (MCMV).
A parceria nasce com um cronograma de quatro lançamentos nos próximos 12 meses, nas cidades de Natal, Fortaleza, Recife e Salvador.
A informação foi compartilhada pelos CEOs Ricardo Gontijo (da Direcional) e Diego Villar (da Moura Dubeux) em entrevista ao Estadão/Broadcast. As companhias vão criar uma holding que abrigará cada um dos empreendimentos debaixo dela. O negócio terá 50% de participação para cada.
O foco são imóveis nas faixas 3 e 4 do Minha Casa, Minha Vida, com preços até R$ 350 mil e R$ 500 mil, respectivamente. A joint venture procura unir as habilidades da Direcional — uma das líderes nacionais dentro do programa habitacional — e da Moura Dubeux — maior incorporadora do Nordeste.
"Temos percebido que há uma oportunidade bastante grande de ocupar espaço no Nordeste. Atuando de forma conjunta, podemos ocupar esse espaço de forma mais rápida", destacou Gontijo.
Além das sinergias operacionais, a atuação conjunta reduz a pressão sobre o caixa das empresas em um momento em que o financiamento à produção está mais restrito e com juros mais altos, acrescentou Gontijo. Na sua visão esse também é um diferencial estratégico da parceira.
"A ideia é unir forças, especialmente em um momento em que há um desafio de estrutura de capital no mercado, com as empresas alavancadas tendo mais dificuldade de ocupar esses espaços", afirmou o CEO da Direcional.
Já o CEO da Moura Dubeux disse que as duas incorporadoras, juntas, têm muito espaço para atuar. "O Nordeste é o segundo maior mercado imobiliário do Brasil e do Minha Casa, Minha Vida. E não há uma empresa com liderança consolidada no programa na região. Então, tem muita oportunidade na região", destacou.
A Moura Dubeux está presente em todas as capitais do Nordeste, à exceção de São Luís e de Teresina. Já a Direcional está mais concentrada no Sudeste, embora tenha projetos em Fortaleza, Salvador e Recife.
A joint venture tende a aproveitar o conhecimento da Direcional no segmento econômico, passando por tomada de financiamento da Caixa Econômica Federal, características de comercialização, processo de repasse de clientes aos bancos e aspectos da engenharia. Já a Moura Dubeux é especialista na Região Nordeste, com acesso amplo a terrenos, fornecedores, conhecimento aprofundado das legislações municipais e características do comprador de imóveis.
Na joint venture, a execução de obras, vendas, repasses e outras etapas poderão ser feitas por qualquer uma das parceiras. "Vamos ver, projeto a projeto, quem tem a melhor capacidade de execução. As duas podem fazer tudo", afirmou Villar.
Nos empreendimentos da faixa 3 do MCMV, as empresas usarão as marcas Direcional e Un1ca, enquanto na faixa 4, usarão Riva e Mood. Un1ca e Mood são subsidiárias da Moura Dubeux. A Riva é um braço da Direcional.
Os CEOs dizem ver chances de o MCMV ser ampliado para famílias com renda de até R$ 15 mil e imóveis de até R$ 650 mil, o que aumentaria seu campo de atuação — conforme antecipou o Estadão/Broadcast. "Se o governo estender o teto ou as novas faixas, vai favorecer o momento operacional das incorporadoras, ainda mais com a taxa alta, de 15%", apontou Villar.
Na terça-feira, 30, a Moura Dubeux divulgou o relatório operacional prévio do terceiro trimestre, mostrando R$ 1,34 bilhão em lançamentos, um crescimento de 21,9% em relação ao mesmo período do ano passado. As vendas e adesões líquidas foram de R$ 1,06 bilhão, alta de 6% na mesma base de comparação.
A Direcional ainda não soltou o relatório do terceiro trimestre. Já no segundo trimestre, fez lançamentos de R$ 1,393 bilhão, aumento de 16,4% na comparação anual, enquanto as vendas líquidas chegaram a R$ 1,296 bilhão, avanço de 2,9%.