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Kroton ainda vê "muito espaço" para aquisições em ensino básico e superior, diz presidente

15 out 2018 - 15h21
(atualizado às 19h12)
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A Kroton Educacional ainda vê "muito espaço" para aquisições no ensino superior e também no básico, no qual opera por meio da subsidiária Saber, disse nesta segunda-feira o presidente do maior grupo de ensino superior privado do país, Rodrigo Galindo, dias após concluir a compra da Somos Educação

Presidente da Kroton, Rodrigo Galindo, posa para foto durante coletiva de imprensa em São Paulo. 15/10/2018. REUTERS/Gabriela Mello.
Presidente da Kroton, Rodrigo Galindo, posa para foto durante coletiva de imprensa em São Paulo. 15/10/2018. REUTERS/Gabriela Mello.
Foto: Reuters

"Capital não vai ser fator limitador... O futuro da Kroton será uma combinação de crescimento orgânico e aquisições tanto no (ensino) básico quanto no superior", afirmou o executivo a jornalistas durante entrevista coletiva na sede da companhia, em São Paulo.

Segundo ele, a decisão da Kroton de voltar a atuar em educação básica faz parte de um planejamento estratégico que prevê ainda a transformação digital de todo o grupo e foi definida após o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) rejeitar a fusão com a rival Estácio Participações.

Desde abril, a companhia já fez três aquisições no segmento, incluindo o acordo para assumir o controle da Somos, em uma transação concluída na quinta-feira passada, menos de um mês após o aval do Cade.

A Saber comprou da então controladora da Somos, a Tarpon , uma participação de 73,35 por cento ao preço de 23,75 reais por ação e agora estenderá aos demais acionistas as mesmas condições por meio de uma oferta pública de aquisição (OPA).

"A previsão é de que a OPA seja concluída até maio de 2019", comentou Galindo, acrescentando que o objetivo final é a saída do Novo Mercado e o fechamento do capital da companhia.

Em meados de agosto, a Kroton anunciou a emissão de 5,5 bilhões de reais em debêntures para financiar toda a operação, incluindo a OPA.

Como resultado, o endividamento da Saber atualmente equivale a 2 vezes o Ebitda, o que segundo Galindo não deve restringir a compra de mais escolas. "Ainda podemos expandir em 0,5 vez para fazer aquisições de escolas, sem considerar a geração de caixa", disse o executivo.

Mas o foco nos próximos meses muito provavelmente será a integração das operações com a Somos, ressaltou o diretor presidente da Saber, Mario Ghio.

"Precisamos avaliar expansão do contraturno e greenfields das escolas adquiridas pela Somos", afirmou Ghio, citando ainda potencial de ampliar o leque de soluções ofertadas a colégios para além de materiais didáticos.

A expectativa é de que a integração da Saber com a Somos levará aproximadamente dois anos, de acordo com Galindo. Ele estima que sinergias de cerca de 300 milhões de reais podem ser capturadas dentro de até quatro anos.

"Há algumas estruturas corporativas replicadas como, por exemplo, logística... e esperamos crescer em receita com maior eficiência", explicou o presidente da Kroton.

Ainda conforme os executivos, arquitetura de marcas é uma das 29 frentes de integração em análise, mas a da Somos será provavelmente mantida.

NOVO GOVERNO

Questionados sobre as propostas dos candidatos à presidência para educação, eles ressaltaram que a companhia está pronta para se adequar a mudanças, incluindo uma eventual introdução de disciplinas à distância (EAD), que vem sendo discutida pelo Conselho Nacional de Educação no âmbito da reforma do ensino médio.

"Estamos prontos para oferecer esse conteúdo", afirmou o presidente da Kroton.

Sobre o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), Galindo destacou que o programa já vinha perdendo relevância na captação de novos alunos nos últimos anos. Apenas 1.798 calouros se matricularam com Fies para o segundo semestre deste ano, uma queda de 64,6 por cento na comparação anual, mostraram dados divulgados na quinta-feira pelo grupo.

Por volta das 14:44, as ações da Kroton cediam cerca de 2 por cento, a 10,93 reais, enquanto o Ibovespa avançava 1,4 por cento. Em 2018, os papéis acumulam queda de pouco mais de 39 por cento.

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