JBS investe US$ 100 milhões em fábrica de bacon e linguiças nos EUA
A expectativa é de que a fábrica, no Iowa, comece a operar em meados de 2026 e gere cerca de 400 empregos quando todas as fases do projeto forem concluídas
A JBS USA anunciou nesta quarta-feira, 13, a aquisição de uma unidade de produção em Ankeny, Iowa, com planos de transformá-la na maior fábrica de bacon e linguiças prontas para consumo do portfólio da empresa nos Estados Unidos. A unidade, de 17.300 m², pertencia à rede de supermercados Hy-Vee, explicou a empresa, em nota. O investimento total é de US$ 100 milhões.
"O anúncio de hoje está alinhado com nossa estratégia de longo prazo de oferecer mais produtos alimentícios prontos e com maior valor agregado para atender às necessidades de nossos clientes e consumidores", disse o CEO da JBS USA, Wesley Batista Filho, na nota.
A expectativa é de que a fábrica comece a operar em meados de 2026 e gere cerca de 400 empregos quando todas as fases do projeto forem concluídas.
"Essa instalação em Ankeny não só expandirá nossos negócios de alimentos preparados nos EUA, como também se beneficiará das sinergias e do fornecimento estratégico de produtos de nossas outras plantas na região", comentou o head de Alimentos Preparados da JBS USA, Rick Foster, na nota.
A empresa já possui outras quatro unidades de produção em Iowa — em Council Bluffs, Marshalltown, Ottumwa e Perry — e havia anunciado em maio a construção de uma fábrica de linguiças frescas em Perry.
A nova unidade de Ankeny vai aproveitar parte da matéria-prima produzida em Perry, permitindo a fabricação de linguiças totalmente cozidas, além do bacon.
'Diversificação limita impacto das tarifas dos EUA'
Atrair fábricas para os EUA é o objetivo principal apresentado por Donald Trump ao defender sua ofensiva tarifária.
Nesse contexto, o CEO global da JBS, Gilberto Tomazoni, avaliou que as tarifas específicas para o Brasil impostas pelos EUA têm efeito limitado para a companhia. Em entrevista ao Estadão/Broadcast Agro, ele destacou a diversificação da atuação da empresa como fator que reduz impactos. "Essa é a beleza da nossa plataforma. Sim, nós achamos que tem um impacto no Brasil, mas, globalmente, para a JBS não é relevante", disse.
Sobre a possibilidade de mudanças estratégicas, como redirecionamento de mercados ou variações nos preços, Tomazoni afirmou ser precoce para qualquer conclusão.
"É muito cedo ainda para avaliar o comportamento que vai ter no preço dos produtos. Esse mercado é de vasos comunicantes", explicou. Segundo ele, outros fornecedores ou mesmo ajustes internos nos Estados Unidos podem suprir a demanda afetada: "No final, o mercado vai estar abastecido."
Ele reforçou que o efeito sobre unidades específicas, como algumas fábricas da Friboi, pode ser mais visível, mas que, em conjunto, a empresa consegue se ajustar sem riscos significativos. "Ainda acredito que é cedo para dizer se haverá algum efeito significativo, dado o processo de acomodação que pode ocorrer entre os mercados", afirmou.