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Ipiranga aproveita crise da Petrobras e ameaça domínio

13 jun 2016 - 19h14
(atualizado às 19h14)
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A Petrobras, que tenta se desfazer de 49% da BR Distribuidora, agora pode ter um interessado a menos
A Petrobras, que tenta se desfazer de 49% da BR Distribuidora, agora pode ter um interessado a menos
Foto: Ultrapar/ Divulgação / O Financista

SÃO PAULO - Enquanto a Petrobras tenta arrumar a casa, o grupo Ultrapar anunciou no domingo (12) a compra da rede de postos Ale por R$ 2,168 bilhões em um movimento considerado como uma chacoalhada em todo o mercado de distribuição de combustíveis. Com a aquisição, os postos Ipiranga agora encostam na participação de mercado da estatal BR Distribuidora na região Sudeste, além de já liderar na região Sul.

Segundo estimativas do Santander, a nova empresa terá 27,6% da região mais rica do país, contra 27,9% dominados pela estatal. A Ale tem aproximadamente dois mil postos de combustíveis, 260 lojas de conveniência e uma rede de 10 bases de armazenagem e está presente em 21 dos 27 estados brasileiros, incluindo a região Norte, onde a Ipiranga tem a participação de mercado mais baixa.

"Acreditamos que uma das lógicas por trás dessa transação diz respeito a como os ativos da Alesat complementam a rede da Ipiranga", afirmam os analistas do banco espanhol. A notícia também foi muito bem recebida pelo mercado. Mesmo em um dia de volatilidade para os mercados, as ações da Ultrapar (UGPA3) subiram 4,91%. Foi a maior alta do dia. A Petrobras, por sua vez, viu os seus papéis caírem 1,9% (PETR3) e 1,82% (PETR4).

Dormindo no ponto

A Petrobras, que tenta se desfazer de 49% da BR Distribuidora, agora pode ter um interessado a menos pelo ativo. Segundo Carlos Herrera, analista da Empiricus Research, o Ultra "tem altas chances de desistir de uma eventual compra de BR Distribuidora devido às grandes limitações a serem impostas pelo regulador da competência", avalia.

Desta forma, lembra Herrera, só ficariam como concorrentes a Cosan (CSAN3), dona da Raízen (Postos Esso), e fundos de investimentos internacionais que só estariam interessados se o ativo fosse vendido numa fatia controladora e não minoritária.

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