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Entenda como a taxa Selic a 6,25% ao ano afeta as aplicações

Analistas ainda indicam a renda variável para ter ganhos acima da inflação; na renda fixa, prefira papéis pós-fixados atrelados ao CDI

23 set 2021 - 17h01
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Apesar do novo aumento da Selic, para 6,25% ao ano, analistas do mercado financeiro continuam a indicar a renda variável para investidores que almejam ganhos acima da inflação - em alta, o IPCA se aproxima de dois dígitos no acumulado de 12 meses. No caso dos mais conservadores e que ainda preferem a renda fixa, a recomendação dos especialistas é ficar com papéis pós-fixados atrelados ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário, a taxa de juros cobrada nos empréstimos entre bancos) e os que são isentos de Imposto de Renda.

O Copom elevou a taxa básica de juros pela quinta vez consecutiva na quarta-feira, 22. O aumento foi de 1 ponto porcentual. O mercado já esperava por esse aperto após fala do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, na semana passada, embora analistas consultados pela reportagem acreditem que o aumento de 1,25% fosse o ideal para conter a inflação "descontrolada" e "persistente".

"As condições econômicas mostram uma elevação da inflação. É difícil imaginar a convergência da inflação para a meta do ano que vem sem uma postura mais enfática do Banco Central", disse Pedro Paulo Silveira, gestor de investimentos da Nova Futura Gestora de Recursos.

"Quando você demora para fazer o ajuste, os custos de ajustamento ficam maiores. Você desacelera a economia, reduz o valor dos ativos e a Bolsa dá uma caída. Além disso, as famílias não têm seus rendimentos corrigidos pela inflação momento a momento, como acontece com os preços no supermercado e na bomba de gasolina. Esse desencontro acaba reduzindo o poder de compra das famílias, e elas acabam consumindo menos", explicou. O mercado já está revisando o PIB para baixo; e a inflação, para cima.

Com a inflação persistente, o retorno ainda é negativo na maioria dos investimentos em renda fixa. Por exemplo, se o investidor aplicar hoje R$ 1 mil na poupança, terá rentabilidade líquida de R$ 43,75 daqui a um ano. Mas a rentabilidade real, quando descontada a inflação prevista de 8,35% no período, será negativa em R$ 43,40, segundo cálculos elaborados por Fabio Gallo, professor de Finanças da FGV-SP.

Estadão
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