Imposto de Renda: erros que mais fazem investidores cair na malha fina
Especialista revela os três principais erros de quem declara Imposto de Renda de Ações, FIIs e outros ativos
A declaração do Imposto de Renda sobre investimentos pode ser um processo complicado e, se feita incorretamente, pode levar o investidor a cair na temida malha fina. Embora a Receita Federal ofereça cada vez mais recursos para facilitar o processo de declaração, muitos investidores ainda cometem erros que podem ser evitados.
Segundo William Strapazzon, CEO da Sencon --empresa que apura o Imposto de Renda de investidores desde 2010--, existe um padrão nos erros cometidos pelos investidores.
"Todo ano centenas caem na malha fina, muitos nem sabem o porquê. De tantos deles procurarem a Sencon, percebemos que existe uma recorrência", relata ele, que pontua os três principais erros que os jogam na malha fina.
1. Usar apenas Sincronização com B3
Sincronização com B3 é um recurso que calculadoras de Imposto de Renda do mercado utilizam para importar as informações sobre os investimentos do cliente. No entanto, esta ferramenta ainda carece de otimizações.
"O problema da Sincronização com B3 é que ela ignora informações indispensáveis pro Imposto de Renda, como taxas de corretagem, emolumentos, operações com opções flexíveis, contratos de balcão, entre outros erros."
Para contornar isso, Strapazzon sugere sistemas de leitura de notas de corretagem. "A partir das notas de corretagem nós temos, de modo seguro, as informações necessárias pro Imposto de Renda do cliente. Utilizamos a Sincronização com B3 somente para conferir se todos os ativos em custódia na Bolsa apareceram nas notas de corretagem. É um recurso de segurança que ninguém mais utiliza, o que explica tantos caírem na malha fina."
Além disso, é importante lembrar que a Receita Federal tem acesso a todas as informações financeiras dos contribuintes, incluindo suas aplicações em instituições financeiras. Portanto, se o investidor omitir algum investimento, corre o risco de cair na malha fina e ter que pagar multas e juros.
2. Agrupar operações em Compra e Venda
Esse é um costume de muitas calculadoras do mercado, pois acelera o processo de cálculo, no entanto, gera divergências na declaração.
"Cada operação deve ser tratada conforme sua regra individual de tributação. Agrupar em compra e venda diminui os custos de processamento, por isso tantas calculadoras fazem isso. Se elas avisassem os investidores, tudo bem, mas elas não avisam."
3. Usar qualquer calculadora
É importante se certificar sobre a eficiência da calculadora usada. Há muitas opções disponíveis, mas nem todas são eficientes e podem prejudicar muito mais do que ajudar. Buscar indicações de conhecidos na área é o melhor caminho.
"Há coisas que só melhoram com o tempo. No começo, a Sencon tinha muitos erros. Demoramos pra fazer um sistema bom como o atual, que é definitivamente infalível", diz Strapazzon, que afirma que, em 12 anos, a calculadora foi otimizada mais de 10.000 vezes.
E, em caso de dúvidas, o recomendável é que os investidores busquem a ajuda de especialistas na hora de declarar seus investimentos.