PUBLICIDADE

Governo Trump diz que EUA erraram ao aceitar China na OMC em 2001

20 jan 2018 - 13h59
Compartilhar
Exibir comentários

Os Estados Unidos erraram ao apoiar a entrada da China na Organização Mundial de Comércio (OMC) em 2001, com termos que não obrigaram a nação asiática a abrir a sua economia, disse na sexta-feira o govermo Trump, que promete elevar o tom contra o país asiático.

   "Parece claro que os Estados Unidos erraram em apoiar a entrada da China na OMC com termos que não foram efetivos em assegurar que a China se tornasse um regime comercial aberto e de mercado", disse o governo Trump no relatório anual do governo ao Congresso sobre o cumprimento, por parte da China, dos compromissos com a OMC.

    "Agora está claro que as regras da OMC não foram suficientes para impedir o comportamento distorcido de mercado da China", trouxe o documento.

    Embora o relatório há tempos critique a China por supostas práticas injustas, a primeira edição sob a Presidência de Trump subiu o tom contra Pequim.

    O relatório foi divulgado em meio a tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo, e o governo norte-americano se prepara para combater um suposto roubo de propriedade intelectual por parte dos chineses. A decisão da investigação da chamada 'Seção 301' deve sair em algumas semanas.

    O relatório também critica a Rússia, dizendo que Moscou não tinha a intenção de cumprir suas obrigações para com a OMC, uma tendência que o governo dos EUA chamou de 'muito preocupante'.

    Uma autoridade da Casa Branca afirmou que, embora tenha havido conversas com a China, o país asiático teria descumprido promessas de abrir sua economia e jogar de acordo com as regras internacionais.

    "O presidente e seu principal assessor estão unidos no credo de que isso é um problema que foi empurrado com a barriga por muito tempo e que está na hora de agir", afirmou a fonte.

    "No passado, as negociações se concentraram em uma abertura discreta para produtos discretos, e o que estamos dizendo sistematicamente é que não toleraremos uma política de ajudar empresas estatais", afirmou a autoridade, que não quis se identificar.

    Trump disse à Reuters em entrevista nesta semana que avalia a possibilidade de impor uma grande 'multa' à China por forçar as empresas dos EUA a transferirem sua propriedade intelectual para a China para fazer negócios no país.

    Enquanto o governo ainda analisa se as importações de aço, alumínio, máquinas de lavar e painéis solares são danosas às empresas norte-americanas, o roubo de propriedade intelectual é uma preocupação especial de Trump, por afetar uma grande parcela das empresas norte-americanas, disse a fonte.

    Trump não quis especificar o que seria essa multa contra a China, mas a lei de comércio de 1974 que autorizou uma investigação sobre o suposto roubo de propriedade intelectual o autoriza a impor tarifas de retaliação contra bens chineses, entre outras sanções, até que a nação asiática mude suas práticas.

    Em Pequim, muitos especialistas acreditam que os EUA não estão dispostos a pagar o grande preço econômico para modificar a dinâmica de comércio entre os países.

    No relatório divulgado na sexta-feira, o enviado de Trump, Robert Lighthizer, afirmou que a economia global está ameaçada por grandes economias que minam o sistema comercial global.

    "O sistema comercial global está sob ameaça de grandes economias que não querem abrir seus mercados para o comércio e participar de forma justa", disse Lighthizer. "Essa prática é incompatível com o método pró-mercado expressamente previsto aos membros da OMC e contrária aos princípios fundamentais da OMC."

    O governo Trump já prometeu reformar a organização comercial, que tem 164 membros, e bloqueou nomeações judiciais da OMC em uma tentativa de impor tais reformas.

    "O que queremos é ver os países agindo responsavelmente dentro do sistema comercial internacional", disse a autoridade da Casa Branca.

Reuters Reuters - Esta publicação inclusive informação e dados são de propriedade intelectual de Reuters. Fica expresamente proibido seu uso ou de seu nome sem a prévia autorização de Reuters. Todos os direitos reservados.
Compartilhar
TAGS
Publicidade
Publicidade