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Fed adota meta de inflação média de 2% e aumenta foco no emprego

27 ago 2020 - 10h28
(atualizado às 11h49)
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O Federal Reserve apresentou nesta quinta-feira uma nova estratégia agressiva para levar os Estados Unidos de volta ao pleno emprego e conduzir a inflação a níveis mais saudáveis em um mundo no qual inflação fraca, juros baixos e crescimento lento parecem ter vindo para ficar.

Federal Reserve, em Washington
 REUTERS/Leah Millis
Federal Reserve, em Washington REUTERS/Leah Millis
Foto: Reuters

Segundo a nova abordagem, apresentada em um novo comunicado sobre as metas de longo prazo e estratégia de política monetária do Fed aprovadas por todos os 17 membros, o banco central dos EUA buscará alcançar inflação de 2% em média ao longo do tempo, compensando os períodos abaixo de 2% com inflação mais alta "por algum tempo".

O novo comunicado também promete garantir que o emprego não fique aquém da meta "ampla e inclusiva" de emprego máximo, um aceno à igualdade racial e seu papel em promover o crescimento econômico.

As mudanças também reconhecem, disse o Fed, que "os riscos negativos ao emprego e à inflação aumentaram" e incluem uma nova promessa de usar todas as ferramentas do banco central para alcançar suas metas de preços estáveis e mercado de trabalho forte.

"Nosso comunicado revisado reflete nosso reconhecimento dos benefícios de um mercado de trabalho forte, particularmente para muitas comunidades de baixa e moderada renda, e que um mercado de trabalho robusto pode ser sustentado sem causar um aumento indesejado na inflação", disse o chair do Fed, Jerome Powell, em discurso explicando as mudanças.

"É difícil superestimar os benefícios de sustentar um mercado de trabalho forte, uma meta nacional importante que exigirá uma série de políticas econômicas além de uma política monetária de apoio", disse ele.

Com a economia dos Estados Unidos em profunda crise econômica e poucos meses antes de os norte-americanos votarem na eleição presidencial, a nova abordagem do Fed é tanto um reconhecimento das mudanças fundamentais na economia, que começaram bem antes da crise do coronavírus, quanto um mapa de como o Fed planeja conduzir a política monetária em um mundo onde o crescimento lento, a inflação fraca e a taxa de juros baixa vieram para ficar.

Com dezenas de milhões de pessoas desempregadas por causa das consequências da pandemia do coronavírus e com a campanha para a eleição presidencial de 3 de novembro em andamento, a transformação do Fed na forma como administra a política monetária pode resultar na manutenção de taxas mais baixas por mais tempo do que o esperado anteriormente, embora o banco central não tenha feito promessas específicas nessa área.

De fato, Powell disse que a nova abordagem do Fed quanto à inflação não será ditada por uma fórmula matemática explícita.

Powell falou no simpósio anual do Fed, um evento que geralmente é realizado no resort de Jackson Hole, no Wyoming, mas que está sendo feito virtualmente neste ano por causa da pandemia.

Após o evento desta semana e a reunião de política monetária de meados de setembro, as autoridades do Fed não se reunirão novamente até o dia seguinte à eleição.

A revisão do arcabouço do Fed começou há quase dois anos, por meio de audiências públicas e pesquisas para explorar como a política monetária deveria se adaptar a um ambiente de taxa de juros baixa. Nesta quinta-feira, o Fed afirmou que poderia conduzir uma nova revisão sobre a política monetária a cada cinco anos.

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