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Fazenda estima impacto de 0,2 ponto no PIB com tarifaço, reduzido à metade com pacote de socorro

Estimativas não incorporam choques de confiança, aumento da volatilidade financeira ou deterioração das condições de crédito, informou a pasta

11 set 2025 - 17h17
(atualizado às 19h06)
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BRASÍLIA - O Ministério da Fazenda estima que as tarifas dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros têm o potencial de retirar 0,2 ponto porcentual do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do País, no acumulado de agosto de 2025 a dezembro de 2026. A resposta desenhada pelo governo, batizada "Plano Brasil Soberano", pode reduzir o impacto pela metade, a 0,1 ponto, segundo a pasta.

"Esses impactos tendem a ser ainda menores se levados em consideração medidas como o diferimento de tributos, as compras públicas e as exigências de manutenção de empregos", diz a Secretaria de Política Econômica (SPE) da Fazenda, em um trecho do Boletim Macrofiscal publicado nesta quinta-feira.

Governo Lula lançou pacote de medidas para mitigar impactos do tarifalo, batizado de 'Plano Brasil Soberano'
Governo Lula lançou pacote de medidas para mitigar impactos do tarifalo, batizado de 'Plano Brasil Soberano'
Foto: Wilton Junior/Estadão / Estadão

"O Plano Brasil Soberano permite mitigar em grande parcela o impacto negativo das tarifas na economia brasileira", diz o texto.

As estimativas não incorporam choques de confiança, aumento da volatilidade financeira ou deterioração das condições de crédito, informou a SPE. Além disso, consideram a aplicação de tarifas de 50% para 40% das exportações brasileiras aos EUA, comparando esse cenário com a aplicação de tarifas de 10%, além daquelas da Seção 232.

Nas contas da SPE, o impacto total das tarifas é compatível com uma perda de aproximadamente 138 mil postos de trabalho até dezembro do ano que vem, ou 65 mil com o Plano Brasil Soberano. Dos 138 mil totais, 71,5 mil fechariam na indústria, ou 0,4% do estoque total do setor.

Em seguida, entre os mais afetados, aparecem os serviços, com perda estimada de 51,8 mil vagas (-0,1%); e a agropecuária, com o fechamento de 14,7 mil empregos (-0,1%).

Sem contar a mitigação do plano, as tarifas levariam a uma redução das exportações líquidas como proporção do PIB em 0,1 ponto porcentual, segundo a SPE.

A taxa de desemprego aumentaria 0,1 ponto no acumulado do período. A inflação medida pelo IPCA aumentaria 0,1 ponto, com a maior disponibilidade interna de produtos compensando parcialmente o menor saldo da balança comercial.

Fazenda diminui projeção de alta para o PIB e de inflação para 2025

A Fazenda diminuiu a sua projeção para o crescimento do PIB em 2025, de 2,5% para 2,3%. A estimativa para o ano que vem permaneceu em 2,4%.

A secretaria colocou que o PIB do segundo trimestre revelou moderação no crescimento de atividades cíclicas e contribuição negativa da absorção doméstica para o crescimento. "O ritmo de expansão das concessões de crédito tem se reduzido, junto com o aumento nas taxas de juros bancárias e na inadimplência", disse.

A SPE ainda sustentou que, embora a taxa de desemprego siga no menor patamar da série histórica, "já se percebe uma tendência de desaceleração na expansão da massa de rendimentos real".

A secretaria já havia mencionado um "leve viés de baixa" na sua projeção para o PIB de 2025 após a divulgação dos resultados do segundo trimestre, no último dia 2. A economia cresceu 0,4% na margem no período, desacelerando após uma alta de 1,3% nos três primeiros meses do ano.

Agora, a revisão está relacionada ao resultado abaixo do esperado observado para o PIB do segundo trimestre comparativamente ao projetado em julho, o que, segundo a secretaria, repercute "canais potentes de transmissão da política monetária ao crédito e atividade", disse a Pasta, no boletim desta quinta.

Nessa revisão, também já foram considerados os impactos das tarifas adicionais impostas pelos Estados Unidos às exportações brasileiras e a mitigação desses impactos com o plano de contingência do governo federal, o Plano Brasil Soberano.

Mesmo com as revisões, as projeções da SPE estão acima das medianas do último relatório Focus, que indicavam crescimento de 2,16% para o PIB em 2025 e de 1,85% para 2026.

Segundo a SPE, a partir de 2027, o ritmo de crescimento deverá se situar mais próximo de 2,6%, "podendo ser impulsionado ainda pela reforma tributária do consumo e por iniciativas relacionadas à transição para uma economia de baixo carbono, como a taxonomia sustentável e o mercado de carbono".

A Fazenda também diminuiu a sua projeção para o IPCA de 2025, de 4,9% para 4,8% - ainda acima do teto da meta, de 4,5%. A estimativa para 2026 se manteve em 3,6%, abaixo do limite superior do alvo, que também é de 4,5%.

A SPE disse que a perspectiva de menor inflação no corrente ano "reflete efeitos defasados do real mais apreciado; a menor inflação no atacado agropecuário e industrial; e o excesso de oferta de bens em escala mundial como reflexo do aumento nas tarifas comerciais". Essa estimativa também considera a adoção da bandeira amarela para as tarifas de energia elétrica em dezembro.

Para 2026, com a projeção para a inflação medida pelo IPCA mantida em 3,6%, a secretaria disse que o índice estará "convergindo para o centro da meta de 2027 em diante".

Para o INPC de 2025, a projeção ficou estável em 4,7%. Para 2026, a inflação esperada para o índice se manteve em 3,3%, convergindo para cerca de 3,0% ao ano nos anos posteriores.

A estimativa para a inflação acumulada pelo IGP-DI este ano caiu de 4,6% para 2,6%. A Pasta afirmou que, além das surpresas baixistas para as variações do IGP-DI em julho e agosto, a apreciação recente do real e a expectativa de menor inflação ao consumidor no ano contribuíram para a redução na projeção do índice neste ano.

Estadão
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