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Exportações do Brasil aos EUA caem 20,3% no 2º mês do tarifaço de Trump e sobem 14,7% para a China

Balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 2,99 biem setembro, um recuo de 41% em relação ao mesmo período do ano passado

6 out 2025 - 15h13
(atualizado às 16h55)
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BRASÍLIA - Em setembro, segundo mês de vigência do tarifaço imposto pelo governo Donald Trump aos produtos brasileiros, as exportações para os Estados Unidos caíram 20,3% (US$ 2,576 bilhões) ante o mesmo mês de 2024. De janeiro a setembro, as vendas do País aos EUA somaram US$ 29,213 bilhões, um recuo de 0,6%.

Os números foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) nesta segunda-feira, 6 - dia em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu a Trump a"retirada da sobretaxa de 40% imposta a produtos nacionais e das medidas restritivas aplicadas contra autoridades brasileiras. Os dois conversaram por 30 minutos por videoconferência.

Já as exportações brasileiras para a China, de US$ 8,691 bilhões, cresceram 14,7% em setembro. No acumulado do ano, porém, as vendas para o país asiático caíram 1,4% (US$ 76,530 bilhões).

Pelo lado das importações, houve crescimento de 9% nas compras vindas da China em setembro (totalizando US$ 6,377 bilhões) e alta de 14,9% (US$ 54,090 bilhões) de janeiro a setembro.

Questionado sobre o redirecionamento das vendas aos EUA para outros países, o diretor do Departamento de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior, Herlon Brandão, disse que é difícil para o governo observar esse movimento no curto prazo. Ele exemplificou que a madeira é um produto de difícil redirecionamento, enquanto o mercado da carne bovina encontra mais facilidade.

Sobre os próximos meses, Brandão sustentou: "A tendência é as exportações aos Estados Unidos continuarem caindo, é uma barreira tarifária muito grande, não só para o Brasil". Ele lembrou que o Brasil vinha aumentando as vendas aos EUA. "A gente vem de um nível bastante alto, era recorde no ano passado. Agora, observamos dois meses seguidos com essa redução", disse o diretor.

Os produtos brasileiros exportados aos EUA que registraram queda em setembro (em ordem de valor absoluto) foram:

  1. ferro gusa (sem tarifa): -41%
  2. carne bovina (com tarifa): -58%
  3. açúcar e melaço (com tarifa): -77%
  4. armas e munições (com tarifa): -92%
  5. tabaco (com tarifa): -95,7%
  6. café torrado (com tarifa): -29%
  7. celulose (sem tarifa): -27,3%
  8. minério de ferro (sem tarifa): -100% (nenhum embarque)
  9. torneiras e válvulas (materiais de aço): -87,6%
  10. tubos e perfis ocos (materiais de aço): -95,7%

Brandão salientou que o produto exportado aos EUA com maior queda em valor absoluto, ferro gusa, está fora da tarifa adicional de 40% para o Brasil. Ele argumentou que o choque tarifário reduz o consumo nos EUA de forma geral, impactando também os produtos não tarifados.

"Possivelmente tem esse efeito da demanda também", disse. No caso dos materiais de aço, os efeitos são mistos, pois uma parte foi tarifada e outra não.

Ele disse que as exportações para os Estados Unidos em agosto foram revisadas de -18,5% para -16,5%. A revisão ocorreu porque o valor exportado para os EUA em agosto aumentou em cerca de US$ 60 milhões em relação ao divulgado no mês passado, segundo o MDIC.

"Todos os meses do ano corrente nós revisamos os dados (dos meses) anteriores, porque as operações comerciais mudam mesmo depois de realizadas", explicou o diretor. Ele argumentou que os processos de comércio exterior são longos e muitas vezes há o embarque antecipado, que leva o exportador a aferir os volumes, quantidades e preços apenas posteriormente. "Isso faz com que aconteça essa necessidade de uma revisão constante dos dados por 12 meses."

Saldo da balança recua 41% em setembro

No total, em setembro, a balança comercial brasileira registrou um superávit de US$ 2,99 bilhões, após um saldo positivo de US$ 5,860 bilhões em agosto.

O valor é resultado de US$ 30,531 bilhões de exportações e de US$ 27,541 bilhões de importações. O saldo de setembro é 41,1% menor em relação ao mesmo mês de 2024.

O diretor do Departamento de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior, Herlon Brandão, disse que o volume total exportado pelo Brasil em setembro foi o maior valor exportado para meses de setembro da série histórica.

Esse valor representou um aumento de 7,2% em relação a setembro do ano passado, motivado pelo aumento do volume exportado (10,2%), enquanto o preço das mercadorias continua reduzindo, caiu 2,5% em setembro de 2025 ante setembro de 2024.

A indústria de transformação segue sendo destaque nas exportações de 2025, disse o diretor. Em setembro, as exportações desse setor cresceram menos que nos meses anteriores, mas subiram 2,5% e alcançaram US$ 16,9 bilhões, com aumento de 7,0% do volume vendido.

Agropecuária

Na Agropecuária, que cresceu 18,0% em setembro (US$ 6,7 bilhões), o diretor destacou os aumentos de preços do milho e do café, que contribuíram para o aumento do valor exportado (22,5% e 11,0%, respectivamente). O preço da soja ficou estável, "o que é boa notícia, pois a cotação vinha caindo ao longo do ano e agora temos estabilidade de preço".

Brandão também destacou a venda de carne bovina, que vem crescendo ao longo do ano e cresceu 55,6% em setembro, motivado por alta de volume (25,1%) e preço (24.4%).

Os veículos automóveis de passageiros e os óleos combustíveis foram os outros dois itens destacados pelo técnico, dada a alta de 50% e de 4,1% em valor exportado, respectivamente. "Os demais principais bens exportados da Indústria de Transformação apresentaram redução", frisou.

Estadão
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