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Exportação recorde de soja do Brasil à China pode ser ainda maior, diz secretário

14 nov 2018 - 18h01
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O recorde de exportações de soja do Brasil à China pode aumentar ainda mais, disse um agente do Ministério da Agricultura à Reuters nesta quarta-feira, conforme a disputa comercial do país asiático com os Estados Unidos impulsiona a demanda chinesa pelo produto brasileiro.

Soja estocada em Sorriso, Mato Grosso, Brasil
27/09/2012
REUTERS/Nacho Doce
Soja estocada em Sorriso, Mato Grosso, Brasil 27/09/2012 REUTERS/Nacho Doce
Foto: Reuters

O secretário de Relações Internacionais do Agronegócio da pasta, Odilson Ribeiro e Silva, viajou à China neste mês e disse ter esperança de que a alta demanda abrirá o mercado do país também para o farelo de soja brasileiro.

As exportações brasileiras da oleaginosa tiveram um salto depois que a China impôs uma tarifa de 25 por cento sobre a soja norte-americana em julho, em resposta às taxas de Washington sobre bilhões de dólares em produtos chineses. O Brasil embarcou quase 80 por cento das exportações de soja com destino à China neste ano, com a trading de grãos Agribrasil prevendo um recorde de 83 milhões de toneladas.

"Pode subir mais, mas a gente gostaria que não fosse só grão, que fosse farelo também", disse Silva à Reuters em entrevista.

O Brasil enviou uma lista de produtores de farelo de soja para a China autorizar a exportação no ano passado, mas é incerto se eles responderão, ele disse.

A China diminuiu o ritmo de aprovações para sementes de soja geneticamente modificada, ele disse, e não há sinais de que voltará a acelerar.

Alguns produtos transgênicos aprovados há cinco anos no Brasil ainda não foram liberados pela China, evitando a disseminação do uso e os ganhos de produtividade que eles trariam, disse Silva.

Durante a expedição comercial à China e aos Emirados Árabes Unidos, que terminou no dia 8 de novembro, surgiram questionamentos sobre se o comércio poderia sofrer no governo de Jair Bolsonaro, disse o secretário.

O presidente eleito criticou os investimentos chineses no Brasil e aborreceu muitos países muçulmanos com a sugestão de mudar a embaixada do país em Israel para Jerusalém, enquanto as suas propostas ambientais também incitam temores de que elas afetariam a percepção internacional sobre os produtos brasileiros.

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, procurou reafirmar aos chineses e árabes que os agricultores apoiam Bolsonaro, que por sua vez tem respeito pelas leis e não fará nada para prejudicar o comércio brasileiro, disse Silva.

Bolsonaro poderia, na verdade, beneficiar o comércio, abrindo a economia a importações, um passo necessário para fazer com que parceiros do Brasil aceitem mais envios do país, ele disse.

O Brasil também está procurando aumentar os embarques de carne para a China, que atualmente é o principal destino das exportações de carne bovina e de frango. Uma delegação chinesa chegará ao Brasil no domingo para inspecionar unidades processadoras de bovinos e frangos, visando aprovar mais unidades para exportação ao gigante asiático, acrescentou.

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