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EXCLUSIVO-Chinesa Cofco atrasa projeto portuário de US$20 mi no Brasil, dizem fontes

18 out 2017 - 15h42
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A divisão brasileira da trading chinesa Cofco atrasou a conclusão de uma estação portuária de transbordo orçada em 20 milhões de dólares no Sul do Brasil, disseram três fontes à Reuters, em um momento em que a gigante do agronegócio reorganiza as operações após a combinação de suas empresas Nidera e Noble Agri.

Logo da China Oil and Foodstuffs Corporation (COFCO) na sede da empresa em Pequim, na China
03/11/2016
REUTERS/Thomas Peter
Logo da China Oil and Foodstuffs Corporation (COFCO) na sede da empresa em Pequim, na China 03/11/2016 REUTERS/Thomas Peter
Foto: Reuters

A unidade de transbordo no rio Sinos, que ainda está em construção, deverá movimentar 850 mil toneladas de grãos por ano --com caminhões levando as mercadorias para a unidade, de onde partirão em barcaças até o porto de Rio Grande, e daí exportadas. A estação também receberá trigo importado.

Dois fornecedores disseram que o equipamento e as máquinas comprados pela Nidera Sementes, a divisão responsável pelo projeto, foram fabricados, mas não entregues a pedido do comprador.

"O embarque não ocorreu na data esperada", disse um fornecedor, referindo-se às máquinas compradas para o porto. Outro disse que as partes estavam discutindo se enviariam o equipamento destinado originalmente para aquele projeto a outra unidade da Cofco.

O Cofco, que não respondeu aos pedidos de comentários, concluiu a aquisição da Nidera este ano.

O atraso ressalta a luta da Cofco para criar uma estrutura coesa após primeiro investir na trading holandesa Nidera em 2014 e combiná-la à Noble Agri, uma ex-unidade do grupo singapurense Noble Group, para fundar a Cofco Intl em abril passado.

Desde que primeiro investiu na Nidera, a Cofco tem tido diversos contratempos, incluindo um rombo financeiro de 150 milhões de dólares em suas operações na América Latina e 200 milhões de dólares em perdas de negociações não-autorizadas em sua mesa de biocombustíveis.

Uma pessoa familiarizada com a estratégia da Cofco disse que a companhia estava procurando desinvestir ativos no momento em que integrava a Nidera e a Noble à companhia e aperfeiçoava as operações.

Os principais fornecedores do projeto portuário incluem a fabricante de silos Kepler Weber e TMSA Tecnologia em Movimentação, uma fabricante de correias transportadoras e máquinas de carregamento de grãos. A Kepler Weber não respondeu a um pedido de comentário.

Orçado em 62 milhões de reais, o projeto tinha a intenção de criar 50 vagas de emprego diretas e 200 indiretas, segundo uma descrição que a Nidera enviou à agência reguladora Antaq em 2013.

Documentos da Antaq mostraram que a agência concedeu aprovação formal para o projeto em uma área de 140.837 metros quadrados na cidade de Canoas, no Estado do Rio Grande do Sul, em maio de 2016.

A Reuters reportou em agosto que a Cofco estava considerando vender os negócios de sementes da Nidera na América Latina. Semanas depois, a Cofco disse que iria encerrar as operações em uma planta de processamento de soja no Estado do Paraná.

((Tradução Redação São Paulo 55 11 56447751))

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