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'Eu ganharia mais se meu nome fosse Oliver': atriz ganhadora de Oscar fala sobre desigualdade em Hollywood

Em entrevista a Christiane Amanpour, da CNN, Colman disse que pesquisa sugere que atrizes sempre foram 'grandes atrações de bilheteria', mas recebem pagamentos menores.

25 mar 2024 - 14h58
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Olivia Colman
Olivia Colman
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

A atriz britânica Olivia Colman, vencedora do Oscar, disse que receberia "muito mais" pelo trabalho em filmes se fosse homem.

"Estou muito ciente de que se eu fosse Oliver Colman, ganharia muito mais do que ganho", disse ela à CNN.

"Sei de uma disparidade salarial que era de 12.000% de diferença. Faça as contas."

A questão da igualdade salarial em Hollywood veio à tona há uma década, mas a mais recente lista dos 10 atores mais bem pagos contém apenas duas mulheres (leia mais abaixo).

"Pesquisas mostram que elas [mulheres] sempre foram grandes atrações de bilheteria", disse Colman em entrevista a Christiane Amanpour, da rede CNN.

"Os atores homens recebem mais porque eles [executivos] costumavam dizer que [atores homens] atraem o público. Mas eles ainda gostam de usar isso como uma razão para não pagarem às mulheres tanto quanto aos homens."

Em 2019, Colman ganhou um Oscar pela atuação em 'A Favorita'
Em 2019, Colman ganhou um Oscar pela atuação em 'A Favorita'
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Em 2019, Colman recebeu o Oscar de melhor atriz por interpretar a Rainha Anne em A Favorita, e desde então teve mais duas indicações.

Colman apareceu recentemente no filme Wonka e participará do próximo Paddington In Peru.

Na TV, seus trabalhos incluem Heartstopper e Invasão Secreta, e ela interpretou a Rainha Elizabeth 2ª nas temporadas três e quatro de The Crown, da Netflix.

Houve uma série de críticas quando foi revelado que a antecessora de Colman que interpretava a monarca na série, Claire Foy, recebia menos do que o ator que interpretava o duque de Edimburgo na tela, Matt Smith.

Na época, os produtores prometeram que esse não seria o caso de Colman e de Tobias Menzies.

A igualdade salarial em Hollywood foi colocada em destaque após uma invasão em 2014 de e-mails de executivos da Sony, que revelaram, entre outras informações, que Jennifer Lawrence e Amy Adams recebiam menos do que seus colegas de elenco masculinos em Trapaça.

'Difícil' ou 'mimada'

Lawrence escreveu mais tarde que não queria pressionar por mais pagamento durante as negociações porque "não queria parecer 'difícil' ou 'mimada'".

"Na época, parecia uma ótima ideia, até que vi a folha de pagamento na internet e percebi que todos os homens com quem trabalhava definitivamente não se preocupavam em ser 'difíceis' ou 'mimados'."

O tratamento dispensado às mulheres em Hollywood continuou no centro das atenções à medida que o movimento #MeToo decolou.

Quando o ator Kevin Spacey foi retirado do filme Todo o Dinheiro do Mundo após acusações contra ele, outro escândalo foi desencadeado quando foi revelado que o ator Mark Wahlberg recebeu US$ 1,5 milhão (R$ 7,5 milhões) para fazer refilmagens, enquanto a co-estrela Michelle Williams recebeu apenas US$ 80 (R$ 400) por dia.

A fala de Colman sugere que as disparidades salariais entre homens e mulheres são um problema que continua em questão.

Em fevereiro deste ano, uma pesquisa revelou que apenas 30 dos 100 filmes de maior bilheteria de 2023 apresentavam mulheres ou meninas em papeis principais — abaixo dos 44 do ano anterior e o menor em quase uma década.

E quando a revista Forbes publicou sua última lista anual dos atores com maiores rendimentos, no início deste mês, Margot Robbie e Jennifer Aniston eram as únicas mulheres no top 10.

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