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Entidade questiona no STF proibição do desconto de contribuição sindical em folha

Confederação Nacional das Carreiras Típicas de Estado pede que seja liminarmente suspensa parte que revogou a previsão de desconto em folha do servidor público

6 mar 2019 - 23h01
(atualizado às 23h16)
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BRASÍLIA - A Confederação Nacional das Carreiras Típicas de Estado (Conacate) entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) questionando a Medida Provisória 873/2019, editada pelo governo Bolsonaro com o intuito de reforçar o caráter facultativo da contribuição sindical. Publicada na última sexta-feira, dia 1.º, a MP acaba com a possibilidade de o valor da contribuição sindical ser descontada diretamente dos salários. O pagamento agora deverá ser feito por boleto bancário.

Ao STF, a Conacate pede que seja suspensa liminarmente a parte que revogou a previsão de desconto do imposto em folha do servidor público. Segundo a entidade, como "parte inerente ao direito de associação", o empregado tem direito de autorizar esse tipo de

Ministro Fux votou pela manutenção do fim da obrigatoriedade da contribuição sindical
Ministro Fux votou pela manutenção do fim da obrigatoriedade da contribuição sindical
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil / Estadão

"Em verdade, o modelo cria uma guerrilha na administração das associações. É importante para a convivência democrática que o governante não aja para aniquilar os seguimentos sindicais por via oblíqua", afirma a entidade.

Os sindicatos temem uma perda de arrecadação ainda maior do que registraram no último ano. Como mostrou o Estadão/Broadcast, sindicatos de trabalhadores e de patrões tiveram os recursos drenados pelo fim da obrigatoriedade da contribuição sindical, como era esperado. Dados oficiais mostram que em 2018, primeiro ano da reforma trabalhista, a arrecadação do imposto caiu quase 90%, de R$ 3,64 bilhões em 2017 para R$ 500 milhões no ano passado.

"A medida é uma possível tática de redução da capacidade financeira daqueles que se opõe às medidas do governo na área previdenciária e econômica. Isso fica claro", diz a confederação no processo. Segundo a entidade, o "ataque" à fonte de financiamento dos sindicatos se dá no momento em que as associações "se organizam para debater a reforma da Previdência", que, segundo a Conacate, "regride direitos sociais".

Relator da ação, Fux votou com a maioria quando o STF decidiu, por seis votos, manter o fim da obrigatoriedade da contribuição sindical. A inovação foi trazida pela reforma trabalhista do governo Temer em novembro de 2017, mas acabou sendo questionada na Suprema Corte.

Ao editar o texto que reforça o caráter facultativo da contribuição, o governo justificou que a medida é necessária por conta do "ativismo Judiciário, que tem contraditado o Legislativo e permitido a cobrança".

Estadão
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