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Engie oferece US$8,6 bi por unidade de gasodutos da Petrobras e supera concorrência

5 abr 2019 - 17h30
(atualizado às 20h30)
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A Petrobras informou que a francesa Engie e o fundo canadense Caisse de Dépôt et Placement du Québec (CDPQ) apresentaram a melhor proposta para a compra de uma fatia de 90 por cento de sua unidade Transportadora Associada de Gás (TAG), no valor total de 8,6 bilhões de dólares.

Fachada da sede da Petrobras no Rio de Janeiro.  REUTERS/Sergio Moraes
Fachada da sede da Petrobras no Rio de Janeiro. REUTERS/Sergio Moraes
Foto: Reuters

O valor do negócio inclui o pagamento, pelos compradores, de dívidas da TAG perante o BNDES (800 milhões de dólares) e considera taxa de câmbio de 3,85 reais por dólar, acrescentou a estatal em comunicado nesta sexta-feira.

Além do grupo vencedor, também estavam na disputa pela TAG um grupo liderado pela Itaúsa e uma associação entre EIG Global Energy Partners e Mubadala Investment, conforme publicado pela Reuters mais cedo neste mês com informação de fontes.

Duas fontes com conhecimento do assunto disseram que a diferença entre as propostas foi pequena e que o segundo maior lance, da EIG e do Mubadala, foi menos de 1 por cento inferior à oferta vitoriosa.

Subsidiárias da Engie terão 75 por cento do consórcio vencedor, enquanto o CDPQ ficará com 25 por cento, disse uma das fontes, que falou sob a condição de anonimato.

A subsidiária local da francesa, Engie Brasil Energia, disse em comunicado que passará a deter uma participação indireta de 29,25 por cento no capital social da TAG após a conclusão da transação.

Com a venda da TAG, a Petrobras prevê levantar um total de 10 bilhões de dólares com desinvestimentos em ativos nos primeiros quatro meses do ano, conforme afirmou recentemente o presidente da empresa, Roberto Castello Branco.

A TAG é um dos principais desinvestimentos do atual plano de venda de ativos da Petrobras, que prevê potencial total de entrada de recursos de 26,9 bilhões de dólares no período 2019-2023.

"A Petrobras continuará a utilizar os serviços de transporte de gás natural prestados pela TAG, por meio dos contratos de longo prazo já vigentes entre as duas companhias, sem qualquer impacto em suas operações e na entrega de gás para distribuidoras e demais clientes", disse a empresa.

A conclusão da transação ainda está sujeita à aprovação pelos órgãos de governança da Petrobras e de defesa da concorrência.

PROCESSO LONGO

Havia grande expectativa de analistas e investidores pelo processo de alienação da TAG, iniciado ainda em outubro de 2017.

O negócio chegou a ser interrompido no ano passado após decisão cautelar do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), pela qual a venda de ações de empresas públicas dependeria de aval legislativo. Uma ação de petroleiros na Justiça também chegou a suspender temporariamente o processo.

A Petrobras acabou por retomar a concorrência para a venda da TAG e outros ativos em janeiro, com base em avaliação da Advocacia Geral da União (AGU) de que a empresa atende requisitos do próprio STF para alienar subsidiárias. Também foi derrubada a liminar que impedia a negociação da empresa.

A TAG opera infraestrutura de transporte de gás com capacidade de movimentar 74 milhões de m³/dia. A malha de gasodutos da empresa soma cerca de 4.505 km, contando ainda com 10 instalações de compressão de gás, 6 próprias e 4 alugadas, e 91 pontos de entrega em 10 Estados, nas regiões Sudeste, Nordeste e Norte, segundo informações do site da companhia.

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