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Em Duque de Caxias, 27 mil vagas fechadas nos últimos três anos

Segundo maior polo econômico do Estado, atrás da capital, a cidade de Duque de Caxias, na região metropolitana do Rio de Janeiro, é o retrato da situação do emprego fluminense

28 jul 2019 - 05h12
(atualizado em 29/7/2019 às 18h45)
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DUQUE DE CAXIAS (RJ) - Segundo maior polo econômico do Estado, atrás da capital, a cidade de Duque de Caxias, na região metropolitana do Rio de Janeiro, é o retrato da situação do emprego fluminense. Nos últimos três anos, o município fechou mais de 27 mil vagas, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. Em 2018, cidades do Rio ligadas à indústria do petróleo começaram a reabrir vagas, mas Duque de Caxias fechou mais 4,5 mil postos de trabalho.

Depois de operar por 40 anos, a fabricante de sacolas plásticas Salix, que gerava 100 postos de trabalho, se viu obrigada a fechar as portas. Segundo Bete Bior, uma das proprietárias do negócio, a Salix vinha sofrendo com a alta de custos e a carga tributária. Acabou vencida pela crise: "Não tinha como repassar para os preços, por causa da concorrência."

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O trabalhador de serviços gerais Marcelo Alves, 35 anos, buscava uma vaga no posto do Sistema Nacional de Emprego (Sine) de Caxias no início deste mês, após ser demitido de uma distribuidora atacadista com outros 20 funcionários.

Vagas na região são disputadas

No dia da visita da reportagem ao Sine havia só uma oportunidade aberta no sistema, de serralheiro, para um total de 270 candidatos. No primeiro semestre, 20 mil pessoas buscaram atendimento, mas somente 400 vagas foram ofertadas.

Edson Pinheiro dos Santos, 54 anos, foi dispensado de uma filial das Casas Bahia em Caxias e está dando entrada no seguro desemprego. Com 32 anos de experiência no comércio, ele diz que pretende se aposentar para se dedicar à atuação como pastor evangélico. "A crise na indústria fechou portas para muita gente. Isso explica por que estamos sentindo tanto em outras áreas, como o comércio. É um efeito dominó."

O presidente da representação da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) em Duque de Caxias, Cláudio Lopes, diz que a situação reflete a dificuldade de reação da indústria, principal atividade local. O PIB industrial brasileiro já acumula dois trimestres consecutivos de retração.

Em 2014, a Marcopolo, que fabrica carrocerias para ônibus e caminhões, chegou a ter 2,5 mil empregados em Duque de Caxias. Nos últimos anos, com o esfriamento da economia e a queda na produção, ajustou o quadro a menos da metade. Em 2019, a empresa deve desmobilizar cerca de 600 contratados para produzir ônibus escolares dentro de uma licitação, agora encerrada, passando a empregar 1,1 mil funcionários. / COLABOROU FERNANDO SCHELLER

Estadão
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