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'É injustificável EUA usar argumentos políticos para validar medidas comerciais', diz governo Lula

Presidente se solidariza com Moraes, alvo de sanções, e diz que governo iniciou avaliação de impactos do tarifaço para proteger trabalhadores e empresas

30 jul 2025 - 20h57
(atualizado às 21h21)
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BRASÍLIA - O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta quarta-feira, 30, a imposição de tarifas contra o Brasil pelo governo dos Estados Unidos. Por meio de nota, o Planalto classifica como "inaceitável" a interferência do governo americano na Justiça brasileira, e diz que o País é democrático e respeita os direitos humanos e a independência entre os Poderes.

Nesta quarta-feira, o presidente dos EUA, Donald Trump, assinou uma ordem executiva determinando a cobrança de uma tarifa extra de 40% sobre produtos brasileiros, além da taxa linear de 10% que já estava em vigor, totalizando 50%. Ele afirmou que, se o Brasil impusesse tarifas sobre produtos americanos como retaliação, os EUA aumentariam as tarifas sobre as importações do País na mesma magnitude.

'É injustificável EUA usar argumentos políticos para validar medidas comerciais', diz Lula em nota
'É injustificável EUA usar argumentos políticos para validar medidas comerciais', diz Lula em nota
Foto: Wilton Junior/Estadão / Estadão

Lula disse que está disposto a negociar apenas aspectos comerciais da relação entre Brasil e Estados Unidos. Ele descartou a possibilidade de abrir mão de "instrumentos de defesa" previstos na legislação do País.

"Nossa economia está cada vez mais integrada aos principais mercados e parceiros internacionais", diz a nota, assinada por Lula e divulgada nesta noite pela Presidência da República. "Já iniciamos a avaliação dos impactos das medidas e a elaboração das ações para apoiar e proteger os trabalhadores, as empresas e as famílias brasileiras."

Governo manifesta solidariedade a Moraes

A ordem executiva cita entre os motivos para o tarifaço de 50% a produtos brasileiros uma "emergência nacional" causada pelo governo brasileiro, inclusive por causa do processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. O republicano cobrou que o governo brasileiro tome ações contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e se alinhe aos interesses americanos para rever a medida.

"O governo brasileiro considera injustificável o uso de argumentos políticos para validar as medidas comerciais anunciadas pelo governo norte-americano contra as exportações brasileiras", diz a nota. "A motivação política das medidas contra o Brasil atenta contra a soberania nacional e a própria relação histórica entre os dois países."

O governo manifestou solidariedade a Moraes, que foi alvo de sanções pela Lei Magnitsky nesta quarta-feira. Além disso, classificou o sancionamento como "motivado pela ação de políticos brasileiros que traem a nossa pátria e nosso povo em defesa dos próprios interesses." É um ataque indireto contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro, que está nos EUA para articular sanções contra o Brasil.

"Um dos fundamentos da democracia e do respeito aos direitos humanos no Brasil é a independência do Poder Judiciário e qualquer tentativa de enfraquecê-lo constitui ameaça ao próprio regime democrático. Justiça não se negocia", diz a nota. "No Brasil, a lei é para todos os cidadãos e todas as empresas. Qualquer atividade que afete a vida da população e da democracia brasileira está sujeita a normas. Não é diferente para as plataformas digitais."

Estadão
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